Aedo e adivinho têm em comum um mesmo dom de “vidência”, privilégio que tiveram de pagar pelo preço de seus olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus que os inspira mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as realidades que escapam ao olhar humano. Essa dupla visão age em particular sobre as partes do tempo inacessíveis às criaturas mortais: o que aconteceu outrora, o que ainda não é.
(Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 1990.)
A partir de seus conhecimentos e do texto, que aborda aspectos do mito no pensamento grego antigo e do lugar do aedo (poeta, cantador) e do adivinho, é correto afirmar que a poesia e a adivinhação
demonstravam o predomínio do racionalismo e a ausência de princípios e valores religiosos no cotidiano das sociedades antigas.
ligavam-se profundamente à oralidade e contribuíam para compreender as origens do mundo e o futuro de cada pessoa.
eram formas de entretenimento, praticadas principalmente nas festas cívicas e em grandes eventos religiosos.
eram exercidas apenas em caráter privado, sendo proibida a divulgação pública das ações ou decifrações.
dependiam da capacidade de concentração das pessoas e eram desenvolvidas por todos os membros da sociedade.