ENEM 2013
Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos
A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade no aumento da silhueta dos jovens. “Os nossos hábitos alimentares, de modo geral, mudaram muito”, observa Vivian Ellinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar pouco leite e comer menos frutas e feijão.
Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como marca da nova geração: a preguiça. “Cem por cento das meninas que participam do Programa não praticavam nenhum esporte”, revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora o desenvolvimento emocional das voluntárias.
Você provavelmente já sabe quais são as consequências de uma rotina sedentária e cheia de gordura. “E não é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor”, acredita Claudia Cozer, endocrinologista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos os estudos projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam na velhice já são parte da rotina deles. “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete”, exemplifica Claudia.
DESGUALDO, P. Revista Saúde. Disponível em: http://saude.abril.com.br. Acesso em: 28 jul. 2012 (adaptado).
Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições de saúde, as informações apresentadas no texto indicam que
a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente desequilibrada constituem fatores relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os adolescentes.
a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um maior consumo de alimentos ricos em proteínas contribuíram para o aumento da obesidade entre os adolescentes.
a maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da população adolescente tem tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que prejudica o equilíbrio metabólico.
a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das condições de alimentação, enquanto que na população adulta os fatores hereditários são preponderantes.
a prática regular de atividade física é um importante fator de controle da diabetes entre a população adolescente, por provocar um constante aumento da pressão arterial sistólica.
Resolução
Para resolver esta questão, devemos analisar o texto fornecido e identificar a alternativa que melhor resume a relação entre os hábitos dos adolescentes e suas condições de saúde, conforme descrito no artigo.
- Leitura Atenta do Texto: O texto destaca que os adolescentes estão consumindo mais produtos industrializados, sal e açúcar, e menos leite, frutas e feijão. Menciona também a "preguiça" (sedentarismo), citando que 100% das meninas de um programa não praticavam esportes.
- Identificação das Consequências: O texto liga esses hábitos (alimentação desequilibrada e sedentarismo) ao aumento da obesidade ("aumento da silhueta", "excesso de gordura"). Além disso, afirma que doenças que antes eram esperadas na velhice, como hipertensão e diabetes, já estão presentes na rotina dos adolescentes como consequência desses hábitos.
- Análise das Alternativas:
- A alternativa A afirma que a falta de atividade física e a alimentação desequilibrada causam doenças crônicas nos adolescentes. Isso corresponde diretamente às informações do texto, que cita a "preguiça" (falta de atividade física), a mudança nos hábitos alimentares (desequilíbrio nutricional) e o surgimento de hipertensão e diabetes (doenças crônicas).
- A alternativa B fala em diminuição de carboidratos e aumento de proteínas. O texto não menciona essa combinação específica; pelo contrário, fala em exagero de sal e açúcar e consumo de industrializados, geralmente ricos em carboidratos e gorduras.
- A alternativa C diz que o consumo de industrializados tornou escasso o consumo de sais e açúcares. O texto afirma o oposto: "estamos exagerando no sal e no açúcar".
- A alternativa D compara as causas em adolescentes (alimentação) e adultos (hereditariedade). O texto não faz essa comparação etária específica sobre as causas preponderantes, apenas menciona que as doenças estão surgindo mais cedo nos adolescentes devido aos hábitos.
- A alternativa E relaciona a prática de atividade física ao controle da diabetes por meio do aumento da pressão arterial. Embora a atividade física seja benéfica, o texto não menciona esse mecanismo específico, e associar o benefício ao aumento constante da pressão arterial é fisiologicamente incorreto como mecanismo de controle da diabetes.
- Conclusão: A alternativa A é a única que sintetiza corretamente as informações apresentadas no texto sobre a ligação entre sedentarismo, má alimentação e o surgimento de doenças crônicas (obesidade, hipertensão, diabetes) na adolescência.
Portanto, a alternativa correta é a A.
Dicas
Erros Comuns
Para entender a questão, é importante revisar alguns conceitos:
- Hábitos Alimentares: Refere-se aos padrões de consumo de alimentos de um indivíduo ou grupo. Uma alimentação nutricionalmente desequilibrada, mencionada no texto, envolve excesso de alguns nutrientes (como açúcares, sal, gorduras) e falta de outros (como vitaminas, fibras, presentes em frutas, legumes e feijão).
- Sedentarismo: É a falta ou a diminuição significativa de atividade física regular. O texto associa a "preguiça" a essa condição.
- Obesidade: Condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, resultando em riscos à saúde. O texto a relaciona diretamente aos maus hábitos alimentares e ao sedentarismo.
- Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT): São doenças de longa duração e progressão lenta, como hipertensão arterial (pressão alta) e diabetes (níveis elevados de açúcar no sangue). O texto alerta que essas doenças, antes associadas à velhice, estão surgindo em adolescentes devido aos seus estilos de vida.
- Produtos Industrializados: Alimentos processados industrialmente, muitas vezes ricos em sal, açúcar, gorduras e aditivos, e pobres em nutrientes essenciais.
Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.
