A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego Não se mostre na fábrica o suplício
Do claustro, na paciência e no sossego, Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Sem lembrar os andaimes do edifício:
Mas que na forma se disfarce o emprego Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Do esforço; E a trama viva se construa Arte pura, inimiga do artifício,
De tal modo, que a imagem fique nua, É a força e a graça na simplicidade.
Rica mas sóbria, como um templo grego.
(BILAC, O. Antologia Poética. Porto Alegre: L&PM, 1999. p.65.)
Acerca do poema de Olavo Bilac, assinale a alternativa que apresenta um elemento bastante comum à poesia parnasiana.
Busca do coloquialismo da linguagem.
Consciência como construção racional.
Exaltação da paisagem do campo.
Idealização da mulher amada.
Representação metafísica da realidade.