A sociedade que surgiu em torno da exploração aurífera era muito diferente da sociedade que se desenvolveu em torno da produção açucareira, principalmente no quesito mobilidade social. A tabela abaixo traz os dados de alguns itens consumidos por Quitéria da Conceição, uma negra que morava na região mineradora entre 1737 e 1738. Os itens consumidos pela negra Quitéria chamam a atenção dos historiadores por serem artigos de luxo consumidos por alguém que, em algum momento, esteve ligada aos grilhões da escravidão.
(Tabela elaborada a partir dos dados apresentados na seguinte pesquisa: PEREIRA, Alexandra Maria. Um mercador de Vila Rica: atividade mercantil na sociedade do ouro (1737 – 1738). Dissertação de Mestrado, UFJF, 2008).
(*Côvados – unidade de medida baseada no comprimento do antebraço).
(*Vara de morim – cerca de 1 metro de tecido, usado para fazer chita)
Com base nos dados apresentados na tabela e nas características da sociedade mineradora, assinale a alternativa CORRETA:
A mobilidade social existente na sociedade mineradora permitia que escravos e/ou negros alforriados, ainda que em pequenas proporções, pudesse consumir bens de luxo, como o excêntrico caso da escrava Quitéria.
A sociedade do ouro era tão dinâmica quanto a sociedade do açúcar, o que pode ser explicado pelo caráter urbano dessas duas sociedades, o que se confirma nos itens consumidos pela negra Quitéria.
A situação da população de cor, escravos e/ou negros alforriados, na região das minas era muito agradável, existindo uma total harmonia entre os mais variados segmentos sociais que compunham esse corpo social.
Por suas características estritamente rurais, a sociedade mineradora contava com poucos espaços que permitiam que escravos pudessem acumular pecúlio e assim tornarem-se negros alforriados com algum poder de compra.