A semana marcou ainda o 31° aniversário da revolução dos aiatolás do Irã, ocorrida apenas alguns meses antes da invasão do Afeganistão. Os iranianos derrubaram o regime do xá Reza Pahlevi, instalado em 1953, graças a golpe planejado pela mesma CIA, que usou as verbas secretas do deputado Wilson para recrutar e armar os radicais islâmicos do lado paquistanês da fronteira com o Afeganistão.
O mínimo que se pode dizer é que, no Irã, Afeganistão e Paquistão, os EUA colhem hoje o que a CIA plantou com a colaboração de gente, como o deputado Wilson. [...] Osama Bin Laden foi treinado pela CIA para atacar os russos; gostou e atacou depois o World Trade Center, em Nova York. E as bombas atômicas do Paquistão (real) e do Irã (hipotética) devem-se, ao menos em parte, à igual cortesia da CIA.
(A SEMANA..., 2010).
A política externa norte-americana se diferenciou, conforme o momento histórico, no que se refere às suas relações mantidas com o Irã, o Paquistão e o Afeganistão, o que se percebe pelo apoio dos Estados Unidos
ao Irã, na Primeira Guerra do Golfo, interessados na derrubada do regime fundamentalista do ditador Sadam Hussein.
ao regime dos aiatolás, na sua luta contra o regime iraniano, que, no contexto da Guerra Fria, buscavam se aliar à União Soviética.
aos “mujahidin” (combatentes) islâmicos afegãos, interessados na resistência armada contra a invasão soviética, na década de 80 do século passado.
ao regime do Talibã, após a desagregação da União Soviética, com o objetivo de exterminar os grupos terroristas liderados por Osama Bin Laden.
ao Paquistão, contra a tentativa indiana de propagar as ideias pacifista de Ghandi, o que se constituiria uma ameaça à indústria armamentista norte-americana.