FUVEST 1997

A sabinada, que agitou a Bahia entre novembro de 1837 e março de 1838,
a
tinha objetivos separatistas, no que diferia frontalmente das outras rebeliões do período.
b
foi uma rebelião contra o poder instituído no Rio de Janeiro que contou com a participação popular.
c
assemelhou-se, à Guerra dos Farrapos, tanto pela postura anti-esoravista quanto pela violência e duração da luta.
d
aproximou-se, em suas proposições políticas, das demais rebeliões do período pela defesa do regime monárquico.
e
pode ser vista como uma continuidade da rebelião dos Alfaiates, pois os dois movimentos tinham os mesmo objetivos.
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Resposta
B

Resolução

Análise Detalhada da Questão sobre a Sabinada

A questão pede para identificar a alternativa correta sobre a Sabinada, uma rebelião ocorrida na Bahia entre 1837 e 1838, durante o Período Regencial brasileiro.

Vamos analisar cada alternativa:

A) tinha objetivos separatistas, no que diferia frontalmente das outras rebeliões do período.

A Sabinada de fato tinha objetivos separatistas, proclamando a República Bahiense até que D. Pedro II atingisse a maioridade. No entanto, afirmar que isso a diferenciava "frontalmente" das outras rebeliões do período é incorreto. A Guerra dos Farrapos (RS) e a Cabanagem (PA), por exemplo, também tiveram fortes componentes separatistas, com proclamação de repúblicas independentes. Portanto, o separatismo não era uma característica exclusiva da Sabinada que a distinguisse radicalmente das demais.

B) foi uma rebelião contra o poder instituído no Rio de Janeiro que contou com a participação popular.

Esta afirmação é correta. A Sabinada foi um levante contra o governo regencial, sediado no Rio de Janeiro, que era visto como centralizador e negligente com os interesses da província da Bahia. A rebelião contou com a adesão de setores da classe média urbana (profissionais liberais, comerciantes, funcionários públicos), militares de baixa patente e camadas populares, como artesãos e negros livres. Embora não tenha sido uma rebelião predominantemente de escravos ou das massas rurais mais pobres, a participação de elementos populares urbanos é um fato histórico.

C) assemelhou-se, à Guerra dos Farrapos, tanto pela postura anti-esoravista quanto pela violência e duração da luta.

Esta alternativa contém incorreções significativas.

  • Postura antiescravista: A Sabinada não teve uma postura claramente antiescravista. Prometeu liberdade aos escravos que se juntassem às suas fileiras, mas não defendia a abolição geral da escravidão. A Guerra dos Farrapos também teve uma relação complexa com a escravidão, utilizando escravos em suas tropas (os Lanceiros Negros) com promessas de alforria, mas a liderança farroupilha não era abolicionista em sua essência.
  • Duração da luta: A Sabinada foi relativamente curta, durando cerca de quatro meses (novembro de 1837 a março de 1838). A Guerra dos Farrapos, por outro lado, foi a mais longa das rebeliões regenciais, estendendo-se por dez anos (1835-1845). A violência esteve presente em ambas, mas as outras comparações são falhas.

D) aproximou-se, em suas proposições políticas, das demais rebeliões do período pela defesa do regime monárquico.

Esta afirmação é incorreta. A Sabinada propôs a instauração de uma República Bahiense, ainda que provisória, aguardando a maioridade de D. Pedro II. Isso representa uma postura republicana e, portanto, contrária à manutenção do regime monárquico durante o período regencial. Muitas outras rebeliões do período, como a Farroupilha e a Cabanagem, também tiveram caráter republicano e separatista, opondo-se ao governo central monárquico.

E) pode ser vista como uma continuidade da rebelião dos Alfaiates, pois os dois movimentos tinham os mesmo objetivos.

A Rebelião dos Alfaiates (Conjuração Baiana) de 1798 tinha objetivos mais radicais e abrangentes do que a Sabinada. Inspirada pela Revolução Francesa, a Conjuração Baiana defendia a independência, a proclamação de uma república, o fim da escravidão e igualdade racial. A Sabinada, embora republicana e separatista temporariamente, não compartilhava da mesma amplitude de propostas sociais, notadamente a questão da abolição da escravidão, que não era um de seus objetivos centrais. Portanto, não se pode afirmar que tinham os mesmos objetivos.

Conclusão:

A alternativa B é a única que descreve corretamente características fundamentais da Sabinada: seu caráter de oposição ao governo central do Rio de Janeiro e a presença de participação popular em suas fileiras.

Dicas

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Lembre-se que a Sabinada ocorreu durante o Período Regencial, uma época de grande instabilidade e questionamento do poder central.
Considere a composição social da Sabinada: quem eram os principais grupos envolvidos?
Analise a proposta política central da Sabinada em relação à monarquia e à unidade do Império.

Erros Comuns

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Confundir os objetivos da Sabinada com os de outras rebeliões baianas, como a Conjuração Baiana (Rebelião dos Alfaiates), especialmente em relação à abolição da escravidão.
Acreditar que a Sabinada era totalmente antimonárquica, sem considerar a nuance de seu republicanismo ser provisório (até a maioridade de D. Pedro II).
Generalizar as características das rebeliões regenciais, assumindo que todas eram idênticas em seus propósitos ou composição social.
Interpretar erroneamente o termo "participação popular", limitando-o a grandes levantes de escravos ou camponeses, e desconsiderando a participação de camadas médias e populares urbanas.
Desconhecer a duração e o alcance de outras rebeliões, como a Guerra dos Farrapos, levando a comparações equivocadas.
Revisão

Revisão de Conceitos: A Sabinada e as Rebeliões Regenciais

O Período Regencial (1831-1840) no Brasil foi marcado por intensa instabilidade política, social e econômica. A ausência de um imperador adulto no poder (D. Pedro I abdicara em favor de seu filho de 5 anos, D. Pedro II) abriu espaço para disputas entre diferentes facções políticas (liberais moderados, exaltados e restauradores) e para a eclosão de diversas rebeliões provinciais.

A Sabinada (Bahia, 1837-1838) foi uma dessas revoltas. Suas principais características incluem:

  • Liderança: Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, médico e jornalista, que deu nome ao movimento.
  • Contexto: Descontentamento com o governo regencial, centralização política, crise econômica na província da Bahia.
  • Objetivos: Proclamar a "República Bahiense" até que D. Pedro II atingisse a maioridade. Era, portanto, um movimento separatista, mas com um caráter provisório ou condicional. Não era um movimento primariamente abolicionista, embora tenha oferecido liberdade a escravos que se juntassem à luta.
  • Base Social: Principalmente camadas médias urbanas de Salvador (profissionais liberais, comerciantes, funcionários públicos), militares (especialmente do corpo de artilharia e da guarda permanente) e setores populares urbanos (artesãos, libertos).
  • Desfecho: Foi duramente reprimida pelas forças imperiais, resultando em muitas mortes e prisões.

Outras rebeliões importantes do período incluem a Cabanagem (Pará), a Balaiada (Maranhão) e a Guerra dos Farrapos (Rio Grande do Sul). Cada uma teve suas particularidades, mas compartilhavam um descontentamento geral com o poder central e buscavam maior autonomia ou até mesmo a separação.

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