“A Revolução Francesa, o surgimento da figura de Napoleão Bonaparte e o desenrolar da guerra europeia decorrente desses dois fenômenos conjugados foram os principais desafios ao sistema de equilíbrio europeu que caracterizou as relações internacionais nos séculos XVII e XVIII. Com a expansão francesa, a Europa conheceu o extremo das pretensões hegemônicas, mas não se deve relevar o fato de que em alguma medida e por algum tempo a expansão dos ideais revolucionários respondia às aspirações sociais e políticas de povos europeus – era, portanto, necessário também conter as ideias revolucionárias que ganharam fôlego na era napoleônica.”
LESSA, Antônio Carlos. História das Relações Internacionais: a Pax Britannica e o mundo do século XIX. Petrópolis: Vozes, 2005, p.53. Adaptado.
A fim de controlar as ideias revolucionárias e as pretensões hegemônicas entre 1814 e 1815,
Inglaterra, Prússia, Alemanha, França e Portugal constituíram uma força militar multinacional que, por meio do princípio do equilíbrio europeu e da legitimidade, pretendia restaurar a dinastia Bourbon na Espanha dominada por José Bonaparte.
França, Prússia, Império Austríaco e Espanha, a pedido de Portugal, organizaram a Santa Aliança, que, fundamentada no princípio da legitimidade e na força armada, pretendia abafar a Revolução Liberal do Porto e restabelecer o Estado absoluto lusitano.
Império Austríaco, Inglaterra, Prússia, Rússia e Itália concordaram, por meio do Tratado de Fontainebleu, que, em função do princípio da legitimidade, o rei francês deveria pagar uma indenização de dois milhões de francos aos ingleses pela derrota na Batalha de Waterloo.
Império Austríaco, Inglaterra, Prússia, Rússia e França aderiram ao princípio da legitimidade e do equilíbrio europeu na medida em que definiram que, a partir do Tratado de Elba, a partilha colonial estaria subordinada à vontade soberana dos países africanos e asiáticos com os quais os Estados europeus queriam comercializar.
Império Austríaco, Inglaterra, Prússia, Rússia e França se reuniram no chamado Congresso de Viena e, por meio do Pacto da Santa Aliança, firmaram um compromisso de caráter conservador que pretendia exercitar o principio da legitimidade dinástica e o direito de intervenção territorial a fim de recuperar territórios perdidos com o avanço dos ideais revolucionários.