A Revolução Cubana de 1959 derrubou um ditador que representava os interesses de uma elite local associada aos EUA. Foi, portanto, uma revolução nacionalista contra um esquema de poder clássico — o da associação de um império com elites locais dependentes. Mas ocorreu no auge da Guerra Fria e, dada a rejeição radical que teve do governo norte-americano, inconformado com a nacionalização de empresas, não demorou muito para se tornar uma revolução comunista. Não importa, agora, saber se a revolução teria se limitado a ser uma revolução nacional se os EUA houvessem então aceitado as nacionalizações e negociado. Importa, sim, saber se Cuba teve êxito ou não, e que futuro ela tem diante de si.
Luiz Carlos Bresser-Pereira. Cuba e o socialismo possível. In: Estudos Avançados, 25 (72), 2011, p. 227 (com adaptações).
Considerando o texto precedente e os acontecimentos históricos a ele relacionados, assinale a opção correta.
Cuba desempenhou papel influente na história de Angola no pós-independência, auxiliando o governo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) na luta contra a União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), que era apoiada pela África do Sul, país no qual ainda vigorava o regime do apartheid.
Apesar do apoio da URSS à Revolução Cubana, o país caribenho construiu mecanismos de ampla autonomia econômica e produtiva que evitaram os impactos causados pelo colapso da URSS e do bloco comunista europeu.
Cuba adotou o modelo de sucesso das reformas do socialismo que a China realizou a partir dos anos 80 do século passado, fazendo uma ampla abertura política, o que resultou na perda de controle do governo pelo Partido Comunista e na abertura econômica.
Apesar de a Revolução Cubana ter sido, desde seu início, um movimento comunista pró-soviético, apenas após a Crise dos Mísseis e a invasão norte-americana à Baía dos Porcos o governo de Fidel Castro se tornou socialista, tendo passado a contar a partir de então com o apoio econômico da URSS.