A revolta da Ásia e da África contra os colonizadores não desafiou os valores do Ocidente capitalista. As armas foram buscadas em modelos europeus e não em suas próprias tradições. Para se libertarem da dominação europeia, esses povos recorreram à principal ideologia da Europa do século XIX: o nacionalismo
A descolonização passou a ser vista como expressão do ódio e da humilhação pacientemente acumulados, do desejo de recuperar a dignidade, mas uma dignidade a ser definida no plano internacional.
(Letícia Bicalho Canêdo. A descolonização da Ásia e da África, 1994. Adaptado.)
No texto, a historiadora apresenta um paradoxo no processo de emancipação da Ásia e da África, caracterizado
pela definição do conceito de descolonização, que tinha a função ideológica de dissimular a prática da exploração europeia mediante a ideia de civilização.
pelas vantagens do colonialismo europeu, que compensava o saque das riquezas locais mediante a educação formal dos colonos.
pela reparação do atraso das colônias, que ocorreria mediante a incorporação de hábitos metropolitanos.
pela apropriação de ideais europeus, que foram usados na luta pela independência das colônias.
pela união das nações dominadas nos dois continentes, que formaram um bloco militar supranacional contra o imperialismo.