A revista americana Newsweek se fazia anunciar, em cartazes publicitários afixados em alguns pontos de vendas, como aquela que não persuadia, mas informava. Afora querer convencer-nos acerca do conhecido mito da neutralidade jornalística, a revista parecia desejosa de exorcizar (-se?) um demônio que vincula à persuasão alguns qualificativos como fraude, engodo, mentira. Deixar claro, nesse caso, uma atitude antipersuasiva objetiva fixar uma imagem de respeitabilidade/ credibilidade junto aos leitores. Supondo-se que a revista espelhasse a mais completa lisura, o mais profundo aferramento aos princípios de uma informação incontaminada pela presença de interesses vários, ainda assim estaria ela isenta do ato persuasivo? A resposta é não. Afinal, o próprio slogan da revista, aquela que não persuade, já nos remete à ideia de que estamos diante de um veículo marcado pela correção e honestidade, diferente de outros, e no qual o leitor pode confiar plenamente.
(CITELLI, Adilson, 2002)
Sobre o texto, assinale a opção correta.
O gênero jornalístico não deve persuadir.
Não há ato comunicativo sem persuasão.
Persuadir é um traço sempre vinculado à fraude, ao engodo e à mentira.
Os leitores podem confiar em todos os textos jornalísticos, especialmente na revista americana Newsweek.
A expressão “mito da neutralidade jornalística” conota um efeito de sentido de respeitabilidade ao gênero jornalístico.