A retomada das atividades comerciais pelo Ocidente medieval, iniciada por volta do século XI, passou por dois momentos significativos com consequências relevantes, a saber:
o estabelecimento de rotas comerciais terrestres que deram origem a cidades (novos centros de poder econômico) e a expansão mercantil, estimulada pelo interesse em alcançar a fonte das especiarias, o que deu aos europeus a possibilidade de desbravar o globo terrestre.
a tomada de Roma pelos bárbaros germânicos, transformando a cidade em um centro de trocas comerciais, e a criação da Escola de Sagres, centro de estudos náuticos que, contando com tecnologia trazida do Oriente, como a bússola, deu início às chamadas “Grandes Navegações”.
a ocupação da Península Ibérica pelos muçulmanos, intensificando o comércio pela oferta de mercadorias desconhecidas na Europa cristã, e o desaparecimento das Corporações de Ofício, substituídas por Companhias de Comércio prontas a explorar os produtos do Novo Mundo.
a retirada da interdição sobre o empréstimo de dinheiro a juros, por parte da Igreja Católica, e os Atos de Navegação, estimulando a concorrência entre as diversas nações por meio da concessão de liberdade de transporte de mercadorias e escravos a todos os povos.
a unificação de pesos e medidas em todo o continente, facilitando as trocas comerciais por meio da padronização, e a adoção das vertentes protestantes do cristianismo, que consideravam o lucro a justa recompensa pelo trabalho, valorizando as atividades econômicas da burguesia.