A respeito das relações entre o Renascimento e o Cristianismo na Europa, os professores Francisco Falcon e Edmilson Rodrigues escreveram:
Não buscavam os humanistas o caminho até Deus pelo desespero, como Lutero, e muito menos concordavam com o servo-arbítrio. Além disso, desaprovavam a violência e os cismas, o que explicava por que grandes intelectuais se recusaram a aderir à Reforma. Essa atitude dos humanistas, como Erasmo e Morus, acabou por criar uma terceira via para a crise que se apresentava sob a forma de uma renovação das doutrinas e dos sentimentos diante do mundo. A utopia foi uma das representações dessa terceira via. Nesse sentido, o luteranismo e o calvinismo, no que se referem à doutrina, são anti-humanistas.
FALCON, F.; RODRIGUES, A. E. A formação do mundo moderno. A construção do Ocidente dos séculos XIV ao XVIII. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. p. 130.
As ideias apresentadas pelos autores no trecho acima, a respeito do contexto das divergências teológicas do século XVI, apontam para o fato de que o(a)
Luteranismo é uma doutrina em tudo oposta ao Calvinismo.
Renascimento deve ser interpretado como pertencendo à teologia católica.
Humanismo não caracterizou apenas os reformadores protestantes.
Reforma protestante se opôs às ideias do classicismo grego.
Utopia foi um movimento de reafirmação das doutrinas anglicanas.