A questão focalizam o romance O quinze da escritora Rachel de Queiroz (1910-2003).
Apesar da situação dramática, observam-se entre os retirantes gestos de fraternidade, conforme se verifica em:
“— Não é possível. Só se você esperar um mês. Todas as passagens que eu tenho ordem de dar já estão cedidas. Por que não vai por terra?”
“— Ajudar, o governo ajuda. O preposto é que é um ratuíno… Anda vendendo as passagens a quem der mais…”
“— Por isso não! Aí nas cargas eu tenho um resto de criação salgada que dá para nós. Eu vou lá deixar um cristão comer bicho podre de mal, tendo um bocado no meu surrão!”
“— Vai dormir, diacho! Parece que tá espritado! Soca um quarto de rapadura no bucho e ainda fala em fome! Vai dormir!”
“— Meu senhor, pelo amor de Deus! Me deixe um pedaço de carne, um taquinho ao menos, que dê um caldo para a mulher mais os meninos! Foi pra eles que eu matei! Já caíram com a fome!…”