A primeira metade dos anos 1970, considerados anos de chumbo, tende a ficar pesada como o metal da metáfora, carregando para as profundezas do silêncio a memória nacional. Esses anos precisam ser revisitados, pois foram também anos de ouro, abrindo fronteiras, geográficas e econômicas, movendo as pessoas em todas as direções da rosa dos ventos, para cima e para baixo nas escalas sociais, anos obscuros para quem descia, mas cintilantes para os que ascendiam.
(Daniel Aarão Reis. Ditadura e democracia no Brasil, 2014. Adaptado.)
Na situação histórica brasileira citada no excerto, as metáforas anos de chumbo e de ouro podem ser exemplificadas, respectivamente,
pelas ações violentas do regime ditatorial contra os opositores e pelo registro de altas taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
pelo golpe militar contra o governo de João Goulart e pela criação do Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG).
pela grande adesão da população às ações guerrilheiras contra a ditadura e pelos planos econômicos de estabilização monetária.
pela elaboração de uma constituição autoritária e pela adoção de medidas econômicas para diminuir a desigualdade social no país.
pelo avanço da cassação de mandatos políticos por todo o país e pela atração de milhares de trabalhadores ao garimpo de Serra Pelada.