A poesia parnasiana tem como característica o anti-sentimentalismo e a consequente reposição de ideais clássicos de Arte, como a impassibilidade, o racionalismo, o culto da Forma, o sensacionalismo, o esteticismo, o universalismo.
(MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 22. ed. São Paulo: Cultrix, 2006).
Manuel Bandeira faz uma crítica ao Parnasianismo e assim produz uma declaração do que NÃO queriam os modernistas. Esse sentimento se encontra no poema:
Estou farto do lirismo comedido
do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
[protocolo e manifestações de apreço ao Sr.
Diretor (Poética)
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive (Vou-me embora pra Pasárgada)
Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse. (Pneumotórax)
Beijo pouco, falo menos ainda
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana (Neologismo)
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme (A morte absoluta)