A poesia de Gregório de Matos pode ser situada no Barroco, estilo artístico e literário que predominou entre o final do século XVI e o início do século XVIII. Entre as obras do poeta, podemos destacar os versos abaixo:
Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós se uniformara?
Quem veria uma flor, que não a cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatra?
Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
Gregório de Matos, Poemas Escolhidos.
Sobre o poema acima, é CORRETO afirmar que ele
exemplifica o gosto barroco pela linguagem rebuscada e pelo uso de imagens contrastantes, sempre aplicado a uma poesia de tom satírico e cômico.
revela uma das facetas líricas da obra do poeta, de natureza amorosa, que retoma a tradição poética de exaltar a figura feminina; por meio de metáforas e comparações com objetos que remetem ao belo e elevado.
ilustra a face religiosa da poesia de Gregório de Matos, que faz uso de metáforas e comparações para declarar sua devoção à divindade, sem contrariar as rígidas leis da época, que proibiam manifestações religiosas na literatura.
pertence à chamada poesia erótico-irônica, em que os jogos de palavras, ao mesmo tempo, mascaram e sugerem órgãos e atos sexuais apresentando, muitas vezes, uma visão depreciativa da figura feminina, quase sempre reduzida à condição de objeto sexual.