A pelada
Qualquer campinho de terra,
barro, cimento ou areia,
pra quem tem sede de bola,
é gramado de primeira!
É onde a bola rola,
pula, quica, serpenteia...
É onde a todos encanta.
É onde dança ligeira.
É onde cresce o sonho
que embala todo menino:
ser titular do seu time,
ser um craque‐bailarino...
E – quem sabe? – um belo dia
viver seu momento de glória:
num dia de estádio cheio,
fazer o gol da vitória!
GUEDES, Hardy. In: O bailado esportivo. São Paulo: Prumo, 2009, p. 4
A bicicleta
Às vezes, a bola,
erguida na área,
se faz de dengosa.
Se alguém vai tocá‐la...
ela rodopia...
... e se afasta, caprichosa.
Não quer o goleiro,
tampouco o zagueiro...
Feliz e intocada,
segue adiante...
Vitoriosa, imagina
contornar o atacante.
Mas esse artista da bola,
tal qual um boneco de mola,
salta feito um bailarino.
Parece flutuar.
Revira o corpo no ar...
...ágil como um felino.
E, de costas para a meta,
pedala a bola surpresa,
transformada em bicicleta.
GUEDES, Hardy. In: O bailado esportivo. São Paulo: Prumo, 2009,
Acerca de alguns aspectos estilísticos e semânticos dos Textos 2 e 3, analise as afirmações seguintes.
I. A palavra selecionada para dar título ao Texto 2 faz parte de um conhecimento amplo e popular sobre o tema e, por meio dela, o autor obtém a atenção inicial do leitor para o seu texto.
II. Na expressão “sede de bola” (verso 3 do Texto 2), a palavra destacada, utilizada em sentido figurado, atenua o sentido da expressão como um todo.
III. Na segunda estrofe do Texto 2, a seleção dos verbos indica a preocupação do autor com a descrição de uma variedade de movimentos da bola.
IV. No Texto 3, a bola aparece personificada como em “se faz de dengosa” (verso 3 da primeira estrofe) e “Feliz e intocada” (verso 3 da terceira estrofe).
V. As expressões “tal qual”, “feito” e “como” (4ª estrofe do Texto 3) estabelecem uma relação de causa e consequência entre “artista da bola” e os termos “boneco de mola”, “bailarino” e “felino”.
Estão CORRETAS, apenas:
I e II.
I, III e IV.
I e V.
II e IV.
III, IV e V.