"A paz do Rio da Prata é um interesse brasileiro, patente e confessado também; e o Brasil, que teria podido ditar a paz naquele rio, que foi instado, e muito, para o fazer, deixou que o incêndio que consome os elementos da nacionalidade uruguaia continuasse a lavrar, e que esse incêndio chamegasse sobre todos os brasileiros."
Justiniano José da Rocha. A política do Brasil no Rio da Prata, apud Dea Ribeiro Fenelon. 50 textos de história do Brasil. São Paulo: Hucitec, 1986, p. 98. Adaptado.
O texto, escrito em 1850, demonstra a defesa de uma política brasileira intervencionista no Rio da Prata. Tal proposta foi, nos anos seguintes,
traduzida em ações políticas e militares do Segundo Reinado, que realizou intervenções armadas na Argentina, no Paraguai e no Uruguai.
rechaçada por liberais e conservadores, que se uniam na defesa de uma política externa não intervencionista.
encampada pelo governo de D. Pedro II, que mediou a negociação em favor da desocupação e da autonomia da Província Cisplatina.
rejeitada pela marinha e pelo exército brasileiros, que não pretendiam atuar em ações armadas fora do território nacional.
contestada por representantes diplomáticos da Inglaterra e dos Estados Unidos, que mantinham amplo controle militar e político sobre o Uruguai.