“A partir dos anos trinta, Curitiba começara a viver um processo de transição do espaço rural para o urbano industrial. Os migrantes buscavam melhores condições de vida através da mobilidade social oferecida pela industrialização e pela urbanização. Famílias inteiras, ou grupos isolados, vinham do interior do Paraná e de estados vizinhos em busca de oportunidades de trabalho, moradia, assistência de saúde e educação”.
(BOSCHILIA, Roseli. Entre fitas, bolachas e caixas de fósforo: a mulher no espaço fabril curitibano (1940-1960). Curitiba: Artes & Textos, 2010, p. 29)
Sobre a cidade de Curitiba, é CORRETO afirmar:
A ideia de uma cidade próspera e ordeira – “cidade modelo” - nasce em meados dos anos 1990, quando se desenvolve em Curitiba um plano de revitalização de seus locais públicos. Praças, parques e espaços de convivência ganham destaque na vida curitibana que desde os anos de 1940 era taxada como retrógrada e conservadora.
Devido à eficaz interação entre os imigrantes que viviam na cidade de Curitiba, os anos de 1950 foram de calmaria e prósperos economicamente. Neste momento, todo o país via progressos graças ao Plano Aranha que garantiu o baixo custo de vida para o brasileiro – plano econômico implantado no segundo governo Vargas.
O escritor curitibano Dalton Trevisan foi uma das vozes contrárias ao “mito da cidade perfeita” que propagava uma imagem utópica da cidade de Curitiba. Na década de 1940, em sua crônica “Minha Cidade”, escreveu sobre a Curitiba sem pinheiros ou céu azul; a Curitiba que o turista não vê. Posição contrária a de muitos políticos e intelectuais que viam a capital administrativa do Paraná também como a capital espiritual.
A política migratória do Paraná desde o final do século XIX buscou instalar os grupos de imigrantes no centro da cidade de Curitiba. Desse modo, o desenvolvimento econômico regional aliado aos costumes trazidos da Europa proporcionaram a exclusão da agricultura de subsistência e a posterior industrialização sem a constituição das pequenas unidades de produção domésticas.
Diferente de outras localidades do Estado do Paraná, a cidade de Curitiba apresentou pouca participação dos imigrantes no processo de urbanização. Os poucos indivíduos que aqui chegaram foram locados em regiões distantes, pois a elite local não cedeu espaço para a renovação nos setores de produção e comercialização agrícolas.