Prefeitura de Uruguaiana 2023

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.

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Práticas em prol de uma educação antirracista

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Por Movimento Criança Livre de Trabalho Infantil

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01 \(\quad\quad\) Muitos jovens abandonam a escola por não se sentirem parte do espaço escolar e não se

02 verem representados nos conteúdos abordados em sala de aula. Ao pensar a educação pela

03 perspectiva do enfrentamento do racismo estrutural, a escola ajuda na valorização da identidade

04 e das trajetórias das pessoas negras que pisam em seu chão. “Uma educação antirracista

05 compreende que vivemos em uma sociedade na qual desde muito cedo todas as crianças, negras

06 e brancas, fazem um curso de racismo. Desde muito pequenininhas, as crianças negras

07 aprendem que têm uma cor. As crianças brancas, por outro lado, crescem num ambiente em

08 que percebem que a cor não é tratada, mas acreditam numa suposta superioridade. Isso precisa

09 ser enfrentado”, diz Waldete Tristão, doutora em educação pela Universidade de São Paulo.

10 \(\quad\quad\) A Lei nº 10.639, de 2003, alterou dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

11 Nacional (LDB/1996), documento que organiza toda a educação básica brasileira. Fruto da

12 articulação de movimentos sociais, principalmente do Movimento Negro, o texto da lei aponta

13 que os conteúdos trabalhados na escola devem incluir “a luta dos negros no Brasil, a cultura

14 negra e formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas

15 social, econômica e política pertinente à História do Brasil”. Questões importantes sobre como

16 tratar do período de escravidão, a contribuição da população negra, o mito da democracia racial,

17 os estereótipos e as afirmações equivocadas sobre os negros no país são reforçadas pelo

18 documento.

19 \(\quad\quad\) Promover esses conteúdos, apresentando a produção artística, intelectual e social negra, é

20 importante para que esses jovens criem novas referências. Isso tudo ajuda na autoidentificação

21 como potências e como indivíduos capazes. “Falar sobre a contribuição do povo negro é falar de

22 uma existência. É importante lembrar que há genocídio de jovens e adolescentes negros no

23 Brasil. Por tudo isso, afirmar a existência de crianças e jovens negros é urgente, e uma educação

24 antirracista faz muita diferença nisso”, afirma Mighian Danae, professora da Universidade

25 Internacional da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira. A partir das diretrizes da lei, escolas e

26 professores devem construir juntos um projeto político-pedagógico que promova uma verdadeira

27 ampliação dos currículos, considerando a diversidade cultural, racial, social e econômica presente

28 na sociedade brasileira.

29 \(\quad\quad\) O envolvimento das famílias com as rotinas da escola é muito importante para o

30 fortalecimento de um ensino antirracista. Quando se fala de educação, os ambientes escolar e

31 doméstico se complementam e, por isso, quanto mais envolvidos com o dia a dia dos jovens,

32 mais benefícios todos colhem. No Colégio Equipe, da rede privada de São Paulo, um grupo de

33 pais e alunos formou uma comissão antirracista para discutir a temática racial na escola. Em

34 2020, o grupo se mobilizou e articulou uma carta, enviada à direção, que pedia a ampliação da

35 representatividade negra em toda a estrutura organizacional e docente do colégio, bem como a

36 revisão do currículo escolar, apontando a importância da cultura africana e afro-brasileira, além

37 de pedir a estruturação de uma agenda antirracista, que discuta o racismo estrutural e outras

38 formas de preconceitos. “A comissão nos ajudou e tem ajudado a ter uma dimensão maior sobre

39 o racismo. Para nós, essa iniciativa só teria um impacto maior com o envolvimento das famílias.

40 O diálogo com o colégio tem sido promissor, aberto e propositivo”, diz Claudia Rodrigues,

41 presidente da União Brasileira de Mulheres da cidade de São Paulo, mãe de aluno e integrante

42 da comissão antirracista do Colégio Equipe, de São Paulo. A gestão do colégio convidou a

43 comissão para participar das reuniões pedagógicas, junto com a equipe docente. “Nosso objetivo

44 é atuar no enfrentamento do racismo estrutural de forma coletiva, e esse é o único caminho. O

45 envolvimento da comunidade escolar é benéfico para todos, e os aprendizados dessas ações

46 saem dos muros da instituição”, destaca Cláudia.

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(Disponível em: https://livredetrabalhoinfantil.org.br/o-que-e-educacao-antirracista/– texto adaptado especialmente para esta prova).

A palavra “racismo” é decorrente do processo de formação de palavras denominado: