A onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
BANDEIRA, Manoel. A onda. A Estrela da Tarde, 1960. Disponível em: <https://pensador.uol.com.br>. Acesso em: 16 ago. 2016.
Objetivando imitar o movimento da onda, por meio de uma fluidez sonora, Manoel Bandeira utiliza-se de um recurso estilístico denominado
pleonasmo poético, enfatizando, a partir da redundância, a potência do fluxo fluvial ou marinho que se move no ambiente aquático.
assonância, valendo-se da repetição da mesma vogal tônica com a intenção de provocar um efeito de estilo associado à força das ondas.
eco, por meio da seleção de termos com terminação idêntica, para sugerir um percurso impreciso do volume de água que segue seu destino.
ononomatopeia, mediante o uso de vocábulos, procurando imitar o rumor produzido pelo deslocamento da massa líquida de inestimável valor para a continuidade da vida na Terra.
paronomásia, na medida em que, buscando sugerir o movimento recorrente da vaga, traz um jogo de palavras que se assemelham na pronúncia, mas são diferentes do ponto de vista semântico, em função de um efeito poético.