Passo 1: Compreensão do Texto Base
O texto apresenta a visão moral de Jeremy Bentham. Ele afirma que a moralidade não se baseia em agradar a Deus ou seguir regras abstratas. Em vez disso, o objetivo da moralidade é maximizar a felicidade ("criar a maior quantidade de felicidade possível neste mundo") para o maior número de pessoas afetadas por uma ação.
Passo 2: Identificação do Princípio Central
O princípio central da filosofia de Bentham, conforme descrito, é o Princípio da Utilidade ou da Maior Felicidade. As ações são consideradas corretas na medida em que tendem a promover a felicidade e incorretas na medida em que tendem a produzir o contrário da felicidade. A decisão sobre o que fazer envolve um cálculo das consequências em termos de felicidade geral.
Passo 3: Análise das Alternativas à Luz do Princípio Central
Devemos avaliar qual das opções descreve melhor essa abordagem baseada na maximização da felicidade e na avaliação das consequências.
- A - fundamentação científica de viés positivista: Embora o utilitarismo busque uma base racional e até calculável para a moral, ele não é estritamente uma teoria científica no sentido positivista (que enfatiza a observação empírica e o método científico como única fonte de conhecimento válido). A ética utilitarista é uma teoria filosófica normativa.
- B - convenção social de orientação normativa: Bentham critica a simples adesão a regras ou convenções. A moralidade, para ele, não deriva da convenção social, mas sim do princípio da utilidade, que pode inclusive ser usado para criticar convenções existentes se elas não promoverem a maior felicidade.
- C - transgressão comportamental religiosa: O texto explicitamente opõe a visão de Bentham à ideia de agradar a Deus. A moralidade utilitarista é secular e não se define pela transgressão (ou obediência) a preceitos religiosos, mas sim pela promoção da felicidade.
- D - racionalidade de caráter pragmático: Esta opção se encaixa bem. A abordagem de Bentham é racional porque envolve avaliar cursos de ação e suas consequências ("perguntar qual curso de conduta promoveria..."). É pragmática porque se concentra nos resultados práticos e concretos das ações (a quantidade de felicidade produzida) como critério para a decisão moral, em vez de se basear em princípios abstratos ou deveres a priori.
- E - inclinação de natureza passional: Embora a felicidade (o objetivo final) envolva sentimentos e paixões, o método proposto por Bentham para decidir como agir não é baseado em inclinações passionais momentâneas do agente, mas sim em um cálculo racional das consequências para todos os envolvidos.
Passo 4: Conclusão
A descrição da moralidade de Bentham no texto – uma avaliação racional das ações com base em suas consequências práticas (promoção da felicidade geral) – corresponde a uma racionalidade de caráter pragmático. Portanto, a alternativa D é a correta.