A metáfora é uma concentração semântica. No eixo da extensão, ela despreza uma série de traços e leva em conta apenas alguns traços comuns a dois significados que coexistem. Com isso, dá concretude a uma ideia abstrata (...), aumentando a intensidade do sentido. Poder-se-ia dizer que o sentido torna-se mais tônico. Ao dar ao sentido tonicidade, a metáfora tem um valor argumentativo muito forte. O que estabelece uma compatibilidade entre os dois sentidos é uma similaridade, ou seja, a existência de traços comuns a ambos. A metáfora é, pois, o tropo em que se estabelece uma compatibilidade predicativa por similaridade, restringindo a extensão sêmica dos elementos coexistentes e aumentando sua tonicidade.
(FIORIN, José Luiz. http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=12219)
A frase do último quadrinho mostra que o personagem que a proferiu reconhece que não foi bem sucedido ao tentar criar uma metáfora. De acordo com os conceitos apresentados no texto que precede a tirinha, isso ocorreu porque, em sua tentativa,
não houve “traços comuns a dois significados que coexistem”.
não houve uma comparação subentendida para dar “concretude a uma ideia abstrata”.
a “similaridade” proposta contém, na verdade, antagonismos.
o “valor argumentativo muito forte” tornou-se grosseiro.
houve “compatibilidade entre os dois sentidos”, mas ela foi depreciativa.