A leitura do texto de Gil Vicente coloca o leitor em contato com o mundo do Humanismo português.
O fragmento abaixo do Auto da Barca do Inferno mostra o diálogo entre o Diabo e o Fidalgo no porto.
Fidalgo: Esta barca onde vai ora,
qu’assim está apercebida?
Diabo: Vai pêra a Ilha perdida,
e há de partir logo essora [...].
Fidalgo: E passageiros achais
pera tal habitação? [...].
Diabo: Vejo-vos eu em feição
pêra ir ao nosso cais.
Fidalgo: Parece-te a ti assi.
Diabo: Em que esperas ter guarida?
Fidalgo: Que deixo na outra vida
quem reze sempre por mi.
Diabo: Quem reze sempre por ti?
Hi hi hi hi hi hi hi .
E tu viveste a teu prazer,
cuidando cá guarecer,
Porque rezam lá por ti?
Embarca, hou, embarcai,
qu’haveis d’ir à derradeira.
Mandai meter a cadeira,
qu’assi passou vosso pai [...].
(Gil Vicente, 1996, p. 32)
Assinale a alternativa correta quanto às atitudes das personagens.
O Diabo designa o inferno utilizando uma figura de linguagem.
O Fidalgo garante ao Diabo que será salvo porque o Anjo virá em seu socorro.
O Diabo aceita o argumento do Fidalgo de que este será salvo pelo Anjo.
A Ilha perdida é a designação do lugar de salvação das almas arrependidas.
O Anjo e o Diabo conseguem salvar o Fidalgo do inferno.