“A Lei n° 3.353 foi assinada pela princesa regente no domingo, 13 de maio de 1888, e recebida com aclamações e festas nas ruas de todo o país. No Rio de Janeiro, os festejos duraram até o domingo seguinte, 20 de maio. A organização da semana de festividades começou logo após a assinatura da lei com a reunião dos representantes dos jornais da cidade. Durante a semana, houve missa em ação de graças ao 13 de maio, corridas de cavalos, espetáculos teatrais com entradas gratuitas, préstito de alunos dos colégios da cidade, bailes populares e distribuição das redações dos jornais, de poesias”
(Gazeta de Notícias, maio de 1888).
Considerando o texto acima e a relação que a sociedade brasileira tem com o passado e às práticas discursivas da época da abolição, assinale a alternativa correta:
Os grupos afrodescendentes na atualidade negam o 13 de maio e as imagens propostas pelos organizadores dos festejos, pois, esta memória nega os efeitos na constituição de direitos e exercício da cidadania pós-abolição;
Diante das batalhas jurídicas e a conquista de liberdade de 1888, os organizadores das festas e sua realização na semana do 13 de maio, propuseram um futuro livre e a inserção dos escravos e libertos como sujeitos e agentes do processo abolicionista;
Até os anos de 1970, predominou uma produção discursiva, inclusive entre os historiadores, que contribuiu para a construção de uma memória em torno da abolição que reforçava o papel dos escravos e libertos como agentes do processo abolicionista;
As poesias publicadas, na época, em diversos jornais, principalmente na capital, demonstram a preocupação que os intelectuais de então tinham com o futuro econômico, político e social, dos ex-escravos;
Atualmente, a historiografia brasileira, de uma forma geral, prioriza a escrita da abolição valorizando o papel da princesa como agente principal do processo abolicionista, tendo doado aos escravos a condição de libertos e o processo de inserção dos ex-escravos no exercício da cidadania.