“A lei abolicionista de 1871 e a de 1885, que concedia liberdade aos escravos com mais de sessenta anos, deixaram os senhores de escravos bastante apreensivos quanto às garantias oferecidas pela coroa à manutenção de seu "patrimônio". Sua indignação foi bem expressa pelo barão de Santa-Pia, personagem do Memorial de Aires, de Machado de Assis, que, ante os rumores da abolição, concedeu alforria aos seus escravos, por não admitir que o governo interviesse em seus bens... Com isso, raciocinava o barão, os escravos agradecidos talvez continuassem a trabalhar em suas propriedades após a emancipação”.
VENTURA, Roberto. MOTA, Carlos G. (org.) Viagem Incompleta. 1500-2000. A experiência brasileira. São Paulo: SENAC, 2000, p. 340.
A abolição da escravidão foi um dos fatores que contribuiu para a proclamação da República. Em relação a isso, é CORRETO afirmar:
Desde a Lei do fim do tráfico atlântico de escravos, de 1850, predominava a percepção da escravidão como um entrave à formação do país e do povo brasileiro.
A elevação dos preços dos escravos, com a proibição do tráfico, inviabilizou a mão de obra escrava e gerou a crença predominante nos malefícios econômicos do cativeiro.
A guerra do Paraguai, que contou com a presença de ex-escravos, trouxe a impopularidade do sistema escravista junto aos senhores de escravos.
A emancipação sem indenização aos proprietários de escravos rompeu o equilíbrio mantido pela coroa entre os partidários e os adversários daquela medida.
Desde a década de 1870, os cafeicultores do oeste paulista investiram na imigração europeia como modo de modernizar a cafeicultura, e apoiaram o fim da escravidão.