A irrigação não pode ser vista como a causa do surgimento do Estado centralizado e da civilização egípcia: pelo contrário, um sistema centralizado de obras hidráulicas para a agricultura irrigada surgiu como resultado tardio de um Estado forte.
(Ciro F. Cardoso. O Egito Antigo, 1982.)
A partir do texto conclui-se que, no Egito Antigo,
as cheias do Nilo, irregulares e responsáveis por inundações que destruíam tudo o que havia nas margens, não favoreceram o processo de sedentarização.
o poder do Faraó era simbólico, uma vez que o soberano não dispunha de exércitos nem de burocracia para fazer valer sua vontade.
a concentração do poder nas mãos de uma dinastia centralizadora não pode ser explicada a partir das necessidades agrícolas.
dependia-se do comércio externo para alimentar a população, uma vez que a produção agrícola era muito limitada.
o sistema político em vigor resultava de necessidades impostas pelas características geográficas da região.