“A invenção de uma vocação agrícola para a Amazônia formava a base de justificativa dos empresários-colonizadores, com o respaldo das políticas e discursos governamentais para os projetos de colonização. A sua viabilidade econômica era o argumento apresentado aos futuros colonos que iriam aparecer como os novos bandeirantes, associados à imagem de desbravadores da Amazônia”.
GOMES, Ângela de Castro; GUIMARÃES-NETO, Regina Beatriz. Trabalho escravo contemporâneo: tempo presente e usos do passado. Rio de Janeiro, FGV, 2018, pp. 138-139.
A partir do texto-base, em relação à chamada “frente de expansão agrícola” da Amazônia, que inclui o desenvolvimentismo do Estado de Mato Grosso nos últimos 50 anos, é correto afirmar que:
Apesar das dificuldades que enfrentaram nos deslocamentos em direção à Amazônia, os imigrantes se consideram vencedores porque conseguiram ascensão social e econômica em suas investidas.
O termo “novos bandeirantes” tratado no textobase diz respeito à grande contribuição política e econômica que os empresários rurais deram (e continuam dando) à região amazônica, no sentido de fazê-la produtiva, de forma que todos os segmentos sociais sejam incluídos na partilha da prosperidade.
A ocupação da Amazônia Legal, com a abertura das grandes fazendas, sobretudo entre as décadas de 1960 e 1980, e com a predominância de empresários rurais oriundos do sul e sudeste do país, foi um processo político-econômico que deu grande densidade à violência no campo, ocasionada pelas promessas frustradas de acesso à terra pelas populações migrantes e, por conseguinte, a grande concentração da riqueza fundiária pelos grupos empresariais.
Do ponto de vista político e econômico, a divisão do Estado de Mato Grosso (1977) foi um acontecimento que favoreceu a prosperidade econômica mato-grossense, pois, além de possibilitar a posse da terra aos migrantes pobres, também reconheceu os direitos constitucionais de etnias indígenas e os integrou à economia do agronegócio.
Tanto a Marcha para o Oeste (década de 1940), com a fundação das Colônias Agrícolas, quanto o Programa de Integração Nacional (década de 1970) foram políticas governamentais que construíram um ideário de civilidade e direitos para os povos da Amazônia.