A igreja axumita (e, depois, a igreja etíope) formou-se como uma igreja separada, considerada cismática pelas autoridades religiosas de Roma e de Bizâncio. Ela adotou para si o calendário e o rito litúrgico copta, retirado do modelo praticado pelo clero de Alexandria, mas o adaptou às condições locais e a certos elementos da tradição judaica do Velho Testamento. Alguns costumes, como as danças e os tambores, os sacrifícios de cabras e, nos primeiros tempos, a admissão da poligamia, sugerem a persistência de traços da organização social e das religiões africanas tradicionais. Por outro lado, a distinção entre o consumo de carne pura e impura, a proibição das mulheres entrarem nos templos no dia seguinte ao que tiveram relações sexuais e a observação do sábado e não do domingo como dia consagrado sugerem heranças dos costumes judaicos.
(José R. Macedo. História da África, 2015.)
A versão do cristianismo descrita no texto
funde diferentes tradições religiosas, adaptando-as a características culturais africanas.
resulta do chamado Cisma do Oriente, misturando princípios da Igreja católica e da Igreja ortodoxa oriental.
resgata elementos do paganismo romano, associando-o a rituais religiosos africanos.
nega, de certa forma, o monoteísmo, conservando práticas politeístas das religiões africanas.
assume as diretrizes do cristianismo primitivo, rompendo com dogmas da Igreja católica.