A ideia
De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
[5] Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
[10] Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica...
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No molambo da língua paralítica!
ANJOS, Augusto dos. A ideia. Disponível em: http://www.psb40.org.br/ bib/b95.pdf. Acesso em: 23 maio 2106.
Sobre os recursos linguísticos de que se apropria o poeta para a construção do poema, é correto afirmar:
Os conectores “que” (v. 2) e “Que” (v. 7) introduzem orações com função subjetiva.
Os verbos usados na primeira estrofe estão flexionados no presente e têm como agente da ação que expressam o termo “matéria bruta” (v. 1).
As formas verbais “Chega” (v. 10) e “Quebra” (v. 12) possuem a mesma regência e exigem também o mesmo tipo de complemento.
A sequência “Tísica, tênue, mínima, raquítica...” (v. 11) constituem atributos de “ideia” (título), palavra retomada, anaforicamente, por “ela” (v. 1) no corpo do texto.
As vírgulas presentes em “Mas, de repente, e quase morta, esbarra” (v. 13) foram empregadas por causa da licença poética, não tendo, assim, nenhuma delas aplicabilidade fora desse contexto.