A ideia da antecipação da maioridade foi levantada já na luta contra Feijó. Em 1835, Vasconcelos aventou a possibilidade da regência da princesa Januária, três anos mais velha do que D. Pedro. A ideia não foi adiante. Quando os regressistas subiram ao poder em 1837, foi a vez de os liberais hastearem a bandeira maiorista. A mudança de mãos da causa maiorista, dos conservadores para os liberais, era indicação de que os grupos políticos, ainda mal organizados em partidos, não tinham encontrado um mecanismo institucional de convivência. Com receio de que o adversário se perpetuasse no poder, decidiram recorrer ao trunfo do poder monárquico, mesmo que fosse necessário colocá-lo nas mãos de um rapazinho.
(José Murilo de Carvalho. D. Pedro II, 2007.)
O fragmento trata da preparação do Golpe da Maioridade, que levou D. Pedro II a assumir o trono antes dos 18 anos. Com base no fragmento, é correto afirmar que
o projeto de antecipação da maioridade fora defendido pelos conservadores e, depois, pelos liberais e era usado de forma pragmática para evitar a permanência de políticos rivais no governo.
o jovem monarca era muito imaturo politicamente, mas a antecipação da maioridade eliminou definitivamente as contendas entre conservadores e liberais, que se fundiram num só partido.
a proposta de antecipação da maioridade opôs o jovem monarca a sua irmã mais velha, levando-os a uma acirrada disputa política pelo trono, que dividiu conservadores e liberais.
os partidos políticos já consolidados dividiam-se em propostas opostas e fundamentadas em programas ideológicos bem definidos, por isso os conservadores eram contra a antecipação da maioridade.
a ideia de antecipação da maioridade era uma novidade no meio político imperial e foi considerada bastante inconsistente pelos conservadores, que se opuseram explicitamente a ela.