A Guerra de Canudos é objeto de análise de Euclides da Cunha, em sua obra “Os Sertões”. Ao descrever o desfecho do movimento, o autor afirma:
Concluídas as pesquisas nos arredores, e recolhidas as armas e munições de guerra, os jagunços reuniram os cadáveres que jaziam esparsos em vários pontos. Decapitaram-nos. Queimaram os corpos. Alinharam depois, nas duas bordas da estrada, as cabeças, regularmente espaçadas, fronteando-se, faces volvidas para o caminho. Por cima, nos arbustos marginais mais altos, dependuraram os restos de fardas, calças e dólmãs multicores, selins, cinturões, quepes de listras rubras, capotes, mantas, cantis e mochilas...
CUNHA, E. Os sertões. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 255.
A Guerra de Canudos é considerada um movimento
monarquista, inspirado nas ideias de Benjamin Constant, já que sua principal luta era pelo retorno da família real ao Brasil.
de cunho político-partidário, liderado por Padre Cícero no sertão baiano, tendo o intuito de combater a fome e a miséria.
de cunho messiânico, liderado por Antônio Conselheiro, que conseguiu reunir cerca de 20 mil seguidores, pregando a salvação da alma.
abolicionista, por isso refugiou grande contingente de ex-escravos, o que passou a prejudicar os latifúndios por falta de mão-de-obra, ocasionando uma reação militar.
sertanejo, já que reuniu população do interior paulista que se dedicava à criação de animais para subsistência e a pequenas plantações em latifúndios.