A gripe espanhola — como ficou conhecida devido ao grande número de mortos na Espanha — apareceu em duas ondas diferentes durante 1918. Na primeira, em fevereiro, embora bastante contagiosa, era uma doença branda não causando mais que três dias de febre e mal-estar. Já na segunda, em agosto, tornou-se mortal.
Enquanto a primeira onda de gripe atingiu especialmente os Estados Unidos e a Europa, a segunda devastou o mundo inteiro: também caíram doentes as populações da Índia, Sudeste Asiático, Japão, China e Américas Central e do Sul.
No Brasil, a epidemia chegou ao final de setembro de 1918: marinheiros que prestaram serviço militar em Dakar, na costa atlântica da África, desembarcaram doentes no porto de Recife. Em pouco mais de duas semanas, surgiram casos de gripe em outras cidades do Nordeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro, que era então a capital do país.
(Juliana Rocha. Pandemia de gripe de 1918. www.invivo.fiocruz.br.)
A rápida disseminação da gripe espanhola, apresentada no texto, demonstra
o impacto decisivo que a Primeira Guerra Mundial teve, ao se alastrar por dezenas de países e por todos os continentes.
a dimensão pandêmica que as doenças podem assumir num mundo marcado por intensa circulação de pessoas e mercadorias.
a importância da Espanha na economia internacional, pois suas mercadorias eram exportadas para o mundo inteiro.
a hegemonia política e econômica europeia, capaz de provocar uma pandemia de uma doença típica de países ricos.
o amplo intercâmbio entre os governos nacionais, assegurando a troca de informações e a colaboração em pesquisas medicinais.