A fome se limita, salvo exceção, à categoria dos pobres. Essa discriminação social das calamidades que atingem os pobres e poupam os ricos é tão normal na Idade Média que todos se surpreendem quando sobrevém um flagelo que mata todas as classes indistintamente: a peste negra.
(Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval, 2016. Adaptado.)
Justifica-se essa interpretação do historiador pelo fato de que
os elevados pagamentos devidos pelos camponeses reduziam sua fonte de sustento, tornando-os mais suscetíveis à fome, crônica na Idade Média.
os progressos da medicina medieval, principalmente no século XIV, reduziram a mortalidade, amenizando os efeitos da nova epidemia.
os senhores feudais tinham maior resistência às doenças por viverem sob melhores condições, sendo pouco atingidos pela peste negra.
os rendimentos dos camponeses diminuíram na crise de mão de obra gerada pela peste negra, causando fome generalizada até entre os senhores.
os sacerdotes reforçavam a estratificação social ao considerarem o trabalho manual desonroso, condenando os servos à miséria na Idade Média.