A falta de recato com a própria intimidade, revelada sem pejo em
algumas páginas da internet, nas telas do “Big Brother” e nas traseiras
de automóveis, onde se veem grudadas figurinhas representativas da
composição da família proprietária, constitui, em um primeiro olhar,
[5] exercício de direito à autoexposição.
Pondero, para a reflexão do leitor, que o abuso desse direito à
imagem escancarada poderá levar à supressão do direito fundamental
à privacidade, abrindo espaço para a ditadura do monitoramento
oficial ilimitado.
[10] É, contudo, no exagerado exercício individual do direito de abrir
mão da privacidade que mora o problema. Se considero normal
informar ao estranho que vai à traseira do meu carro que somos cinco
em casa, como poderei exigir da loja da esquina a manutenção em
segredo do cadastro que lá preenchi? Por que o fiscal do Imposto
[15] de Renda deveria se privar de vasculhar minha conta corrente se
tuíto a todos os que me “seguem” o quanto gastei no final de ano em
determinado shopping?
Adaptado de Roberto Soares Garcia, Folha de S.Paulo, 27/02/2011
Considere as seguintes afirmações:
I. O texto caracteriza-se como relato pessoal, com teor fortemente subjetivo, com verbos no passado, tendo por objetivo relatar uma situação particular vivida por seu autor.
II. O texto segue o estilo da crônica, sendo curto e leve, em linguagem informal, com objetivo principal de entreter o leitor por meio do uso destacado de humor.
III. O texto é um artigo de opinião persuasivo, em que seu autor se posiciona criticamente, defendendo uma tese por meio de argumentos que conduzem o leitor para uma conclusão.
Assinale:
se apenas I e II estiverem corretas.
se apenas II e III estiverem corretas.
se apenas I estiver correta.
se apenas II estiver correta.
se apenas III estiver correta.