A estiagem e a consequente falta de água por que passa a região sudeste brasileira surpreende a população dessa região, mesmo que não surpreenda os especialistas. Há pelo menos uma década, eles vêm alertando as autoridades executivas para o risco de falta de água para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, que juntas têm a capacidade para abrigar 70% do volume nacional de água armazenada. Já na região do semiárido nordestino, a estiagem é um fenômeno recorrente, mas agravado desde 2011, tanto que a região conheceu, em 2013, sua pior seca em cinquenta anos. Sobre o problema da falta de água no sudeste e no nordeste brasileiros, é correto afirmar:
A severa estiagem pegou de surpresa as autoridades executivas da região Sudeste, visto que as mesmas têm empreendido esforços significativos para a defesa dos mananciais que abastecem as represas da região e para a redução do desperdício de água nos últimos anos.
A transposição do Rio São Francisco, cujo projeto foi lançado em 2007, promete atenuar os efeitos da seca no Nordeste. Contudo, autoridades de municípios banhados pelo curso original do Velho Chico temem que a obra venha a causar problemas para seu abastecimento de água, para a navegação do rio e para a piscicultura, temor alimentado pelos especialistas, que afirmam que 20% das águas do São Francisco serão desviadas pelas obras de transposição.
A escassez de chuvas no semiárido nordestino deve-se especialmente à Zona de Convergência Intertropical, mecanismo de circulação dos ventos na região da linha do Equador que faz com que massas de ar quente e seco cheguem ao litoral nordestino, causando ali poucas chuvas e uma precipitação ainda menor no interior.
O crescimento urbano acelerado da região metropolitana de São Paulo levou o governo do estado a criar o sistema Cantareira já na década de 1970, conjunto de represas ao redor da região metropolitana que permitiu a autossuficiência da capital em seu abastecimento de água e evitou que a oferta de água do interior paulista fosse utilizada para abastecimento da capital do estado.
Vários fatores se somam para explicar a recente crise de falta de água por que passa a região sudeste brasileira, em especial o estado de São Paulo, entre os quais estão a forte estiagem, a falta de planejamento e de investimentos em novas fontes hídricas e o crescimento urbano desordenado nas áreas de manancial.