"A elaboração de uma mitologia tinha evidentemente começado cedo entre os gregos; jamais ela tinha cessado onde quer que houvesse gregos, sempre oral e solenemente. Tratava-se de uma atividade social de alto nível, e não do devaneio fortuito de um poeta ou do excesso de imaginação de um camponês. O objeto essencial do mito eram as ações, e não as ideias, as convicções ou as representações simbólicas; eram os fatos — guerras, dilúvios, aventuras em terra, mar e ar, querelas familiares, nascimentos, casamentos e mortes. Escutando as narrativas, no decorrer dos ritos , vivia-se por procuração a experiência que outros tinham vivido."
M. I. Finley.O mundo de Ulisses Lisboa: Presença, 1972, p. 24-25. Adaptado.
Ao caracterizar o papel dos mitos na Grécia antiga, o texto
confirma a importância da fixação escrita das narrativas de guerras como base para a difusão de tais relatos.
destaca seu caráter instrutivo e o significado real que representavam para os gregos.
relembra seu vínculo direto com as disputas entre as cidades-estados, das quais se originaram.
valoriza a simbologia que continham e indica a improbabilidade da ocorrência verídica desses relatos.
explica sua importância para a constituição e para o desenvolvimento da filosofia e do teatro gregos.