UNESP 2013/2

A disputa pelo Acre, entre Brasil e Bolívia, na passagem do século XIX para o XX, envolveu
a
guerra entre os dois países, que durou mais de dez anos e provocou a destruição de boa parte das áreas de plantio e extrativismo na região.
b
atuação militar e política da Grã-Bretanha, que mediou as negociações entre os países sul-americanos e estabeleceu a hegemonia britânica na região amazônica.
c
interesses dos dois países relacionados à exploração do látex, que atraíra grande contingente de brasileiros para a região, na segunda metade do século XIX.
d
intervenção dos Estados Unidos, que aproveitaram o conflito entre os países sul-americanos para assumir o controle sobre a exploração do gás natural boliviano.
e
conflitos armados, que se alastraram por toda a região amazônica no princípio do século XX e dos quais participaram, também, a Colômbia e a Venezuela.
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Resposta
C
Tempo médio
45 s

Resolução

A questão aborda a disputa territorial pelo Acre entre o Brasil e a Bolívia, ocorrida na virada do século XIX para o século XX. Para resolvê-la, é preciso compreender o contexto econômico e social da Amazônia naquele período.

1. Contexto Histórico: No final do século XIX e início do século XX, a região amazônica vivia o auge do Ciclo da Borracha. A seringueira (Hevea brasiliensis), árvore nativa da região, produzia o látex, matéria-prima essencial para a crescente indústria mundial (pneus, componentes elétricos, etc.). Isso gerou uma intensa corrida para a exploração desse recurso.

2. Ocupação Brasileira do Acre: A região do Acre, rica em seringueiras, pertencia formalmente à Bolívia, conforme tratados anteriores. No entanto, a partir da segunda metade do século XIX, milhares de brasileiros, principalmente nordestinos fugindo de secas e em busca de oportunidades, migraram para o Acre para trabalhar como seringueiros. Essa ocupação não foi acompanhada por uma presença efetiva do Estado boliviano.

3. Interesses Econômicos e Tensão: A exploração do látex tornou-se a principal atividade econômica da região. Os seringueiros brasileiros estabeleceram uma economia baseada na extração e comercialização da borracha, muitas vezes sem pagar impostos à Bolívia. O governo boliviano, percebendo o potencial econômico e a perda de controle sobre o território, tentou afirmar sua soberania, inclusive arrendando a área para um consórcio estrangeiro (o Bolivian Syndicate), o que desagradou profundamente os seringueiros brasileiros e o próprio governo brasileiro.

4. Conflitos e Resolução: A tensão culminou em conflitos armados (Revolução Acriana), liderados por figuras como Plácido de Castro, que proclamaram a independência do Acre. A diplomacia brasileira, sob a liderança do Barão do Rio Branco, interveio. Através do Tratado de Petrópolis (1903), o Brasil anexou o Acre em troca de compensações financeiras e territoriais à Bolívia.

5. Análise das Alternativas:

  • A alternativa A está incorreta. Embora tenham ocorrido conflitos, não houve uma guerra formal entre os países que durasse mais de dez anos com destruição generalizada de plantios (a atividade principal era extrativista, não de plantio em larga escala).
  • A alternativa B está incorreta. A Grã-Bretanha teve interesses indiretos (via Bolivian Syndicate), mas não mediou as negociações finais nem estabeleceu hegemonia na região. A solução foi negociada diretamente entre Brasil e Bolívia, com protagonismo brasileiro.
  • A alternativa C está correta. O principal fator foi o interesse econômico na exploração do látex (borracha), que motivou a migração em massa de brasileiros para a região, gerando o conflito pela posse do território rico nesse recurso.
  • A alternativa D está incorreta. A intervenção dos EUA e o interesse em gás natural boliviano são fatores muito posteriores e não relacionados à disputa pelo Acre no início do século XX. O foco era o látex.
  • A alternativa E está incorreta. O conflito principal foi entre Brasil (representado pelos seringueiros e depois pelo governo) e Bolívia. Embora houvesse outras questões fronteiriças na Amazônia, a Colômbia e a Venezuela não foram participantes diretas na disputa específica pelo Acre nesse contexto.

Conclusão: O fator determinante para a disputa pelo Acre foi o interesse econômico na exploração do látex, impulsionado pelo Ciclo da Borracha, que levou à ocupação da região por seringueiros brasileiros, contestando a soberania boliviana.

Dicas

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Pense qual era o produto natural mais valioso da Amazônia no final do século XIX.
Considere o movimento de pessoas que ocorreu na região amazônica nesse período.
Lembre-se do papel do Barão do Rio Branco na diplomacia brasileira.

Erros Comuns

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Confundir o período histórico e os recursos econômicos relevantes (pensar em petróleo ou gás em vez de borracha).
Superestimar o papel de potências estrangeiras (Grã-Bretanha, EUA) na causa direta do conflito ou em sua mediação final.
Acreditar que houve uma guerra formal e prolongada entre os exércitos nacionais de Brasil e Bolívia.
Generalizar conflitos fronteiriços, incluindo países que não tiveram participação direta na Questão do Acre.
Não relacionar a migração de brasileiros (seringueiros) com a causa fundamental da disputa.
Revisão
Revisão de Conceitos

Para entender a questão do Acre, é fundamental revisar:

  • Ciclo da Borracha (aproximadamente 1879-1912): Período de grande crescimento econômico na região amazônica devido à extração e exportação do látex, matéria-prima da borracha, muito valorizada pela Segunda Revolução Industrial. Atraiu grande fluxo migratório, principalmente de nordestinos, para a Amazônia.
  • Questão do Acre (Final do Século XIX - 1903): Disputa territorial entre Brasil e Bolívia pela posse da região do Acre. Embora formalmente boliviano, o território foi ocupado majoritariamente por seringueiros brasileiros. A tentativa boliviana de controlar a área (inclusive arrendando-a a estrangeiros) levou a conflitos (Revolução Acriana).
  • Tratado de Petrópolis (1903): Acordo diplomático negociado pelo Barão do Rio Branco que encerrou a disputa. O Brasil incorporou o Acre ao seu território, pagando uma indenização à Bolívia e cedendo pequenas porções de terra em outras áreas.
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