A difusão do uso desses machados [de ferro] em substituição aos de pedra aumentou imensamente a produtividade do trabalho, reduzindo em mais de dez vezes o tempo para a derrubada dos troncos [de pau-brasil]. Não é pois de admirar que no século XVI mais de dois milhões de árvores tenham sido derrubadas e reduzidas a toras. Mas é também certo que os nativos souberam aproveitar a tecnologia dos instrumentos europeus para benefício próprio, incluindo machados e facas de metal quer nas suas guerras, quer nas atividades de subsistência.
(Ronaldo Vainfas (org.). Dicionário do Brasil colonial (1500-1808), 2000.)
O excerto caracteriza
a preocupação com o replantio das árvores pelos nativos e portugueses, no primeiro século da colonização.
a assimilação de novas técnicas pelos indígenas, a partir do contato com os portugueses no primeiro século da colonização.
a sofisticação técnica do plantio e da exploração de pau-brasil, desde o início da colonização portuguesa da América.
a otimização da produção agrícola desenvolvida pelos portugueses durante a colonização brasileira.
a submissão da mão de obra nativa à escravidão na atividade econômica da extração de madeira tintorial.