Mackenzie 2014/2
A cultura não existe em seres humanos genéricos, em situações
abstratas, mas em homens e mulheres concretos, pertencentes a este
ou àquele povo, a esta ou àquela classe, em determinado território,
num regime político A ou B, dentro desta ou daquela realidade
[5] econômica.
Somente se poderá conceituar cultura como autorrealização da
pessoa humana no seu mundo, numa interação dialética entre os
dois, sempre em dimensão social. Algo que não se cristaliza apenas
no plano do conhecimento teórico, mas também no da sensibilidade,
[10] da ação e da comunicação.
Na verdade, o ser humano não se caracteriza, exclusivamente,
como conhecedor de dados e informações culturais. Ele é também
e principalmente um agente de cultura, ainda que, muitas vezes, não
tenha consciência disso. E agente cultural de atividade incessante,
[15] seja caçando, para matar a fome, seja recorrendo a divindades, em
oração, seja ordenhando vacas, seja operando computadores.
Aldo Vannucchi, Cultura Brasileira, Ed. Loyola, p. 21
Assinale a alternativa correta.
Há uma relação de sinonímia entre os adjetivos genéricos (linha 01) e concretos (linha 02).
principalmente (linha 13) tem a função de negar a informação estabelecida por seu antecedente também (linha 12).
O emprego reiterado de seja (linhas 15 e 16) é opção estilística, configurandose como desvio do paralelismo textual adequado ao trecho.
não se caracteriza (linha 11) poderia ser reescrito como “não caracterizase”, pois as duas possibilidades seguem a norma culta da escrita.
O advérbio exclusivamente (linha 11) introduz posicionamento que será reforçado pelo emprego de também (linha 12) no período seguinte.
