IFPE 2018

A COPA DO MUNDO NA RÚSSIA PODE SER A ÚLTIMA TENTATIVA DE UNIÃO NACIONAL

(1) Mais do que a principal competição do maior esporte no planeta, a Copa do Mundo deve ser considerada um evento político. Futebol é política, e vice-versa. Como instituição, é parte estrutural da formação de diversos povos e sua cultura, contribuindo para a formatação de seus costumes, de suas marcas, hábitos, vocabulário. Quem ignora o papel do futebol, na formação histórica de algumas nações, pouco entende da antropologia social e cultural delas -  e nisso estamos inclusos. As seleções nacionais são representantes de seus países muito mais importantes e reconhecidas do que o melhor dos embaixadores. E a Copa, o único espaço pelo qual países frágeis na economia e geopolítica mundial podem derrotar países muito à frente nesses aspectos.

(2) Como Diego Maradona sempre gosta de lembrar, a seleção argentina, na Copa de 1986, entrou em campo contra a Inglaterra, pelas quartas de finais, para jogar pelos mortos na Guerra das Malvinas, e não simplesmente para ganhar um jogo. Isso não era restrito apenas aos jogadores: era o sentimento nacional de todos os argentinos. E, quando questionado sobre o gol de mão que abriu o placar na partida, El Pibe não teve dúvidas sobre a sensação: “Foi como bater a carteira de um inglês”.

(3) Na França, a vitória na Copa de 1998 ajudou a amenizar o conflito racial que pairava na nação  - entre brancos, negros e árabes - e a derrota nas duas Copas seguintes o acirrou novamente. A Copa do Mundo também foi capaz de colocar no mesmo espaço de disputa o que um dos muros mais implacáveis da história separava: em 1974, Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental se enfrentaram pela primeira fase, com vitória da ala soviética (que muitos afirmam ter sido entregue pela parte capitalista para evitar adversário mais forte na fase seguinte). Momento épico.

(4) Copa traz integração. A última vez que a Champs-Élysées tinha enchido tanto quanto na final da Copa de 98 foi na Queda da Bastilha. Na Copa de 2014, o esboço que vimos disso não aconteceu nos estádios, elitizados, mas sim nas fan-fests, que, como o próprio nome diz, foram espaços de festa, miscelânea, diversidade. Mas é muito maior do que isso: Copa traz a união comunitária. A gente não trabalha, a gente pinta a rua de casa, a gente compra camisa do Neymar ou do Ronaldinho ou do Ronaldo ou do Romário. Na hora do gol ou da vitória, a gente abraça até quem não conhece. Muitas vezes, uma televisãozinha é o suficiente para que toda a vizinhança se amontoe e torça pela sua representante internacional naquele momento. O País se volta, inteirinho, para um momento em que 11 homens são capazes de mudar, a qualquer instante, todo o seu sistema nervoso. E quem sequer reconhece isso tem que revisar seu próprio elitismo e sair da bolha.

PROIETE, Gabriel. A Copa do Mundo na Rússia pode ser a última tentativa de união nacional. Disponível em: <https://medium.com/@gabriel_proiete/a-copa-do-mundo-da-r%C3%BAssia-pode-ser-a-%C3%BAltima-tentativa-de-uni%C3%A3o-nacional-8aa3a939ed53 >. Acesso em: 07 maio 2018 (adaptado).

Através de recursos linguísticos, os textos apresentam estratégias para introduzir um assunto e mantê-lo por meio de retomadas, o que promove a progressão textual. Sabendo disso, marque a única alternativa que analisa CORRETAMENTE os elementos coesivos e a progressão do TEXTO.
a
Em “Como instituição, é parte estrutural da formação de diversos povos e sua cultura” (1º parágrafo), há uma elipse, ou seja, o sujeito da frase, “futebol”, é omitido, pois, pela construção verbal, pode ser facilmente recuperado.
b
Em “Quem ignora o papel do futebol, na formação histórica de algumas nações, pouco entende da antropologia social e cultural delas” (1º parágrafo), o termo grifado retoma as expressões “formação histórica” e “antropologia social e cultural”.
c
Em “Isso não era restrito apenas aos jogadores” (2º parágrafo), o pronome destacado, pelo movimento de anáfora, faz referência ao gol de mão de Diego Maradona, na Copa de 1966, na Inglaterra.
d
Em “a derrota nas duas Copas seguintes o acirrou novamente” (3º parágrafo), o pronome grifado antecede a expressão “mesmo espaço de disputa”, a qual se relaciona, ao mesmo tempo, ao Muro de Berlim e à partida futebolística entre Alemanha Ocidental e Oriental.
e
Em “o esboço que vimos disso não aconteceu nos estádios, elitizados, mas sim nas fan-fests” (4º parágrafo), o termo em destaque, num movimento de anáfora, retoma o trecho “espaços de festa, miscelânea, diversidade”.
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