A colonização da África foi fundamental para espalhar a Aids, dizem o jornalista Craig Timberg e o pesquisador Daniel Halperin. [...].
Cientistas acreditam que o primeiro caso ocorreu em uma área de floresta densa no sudeste de Camarões, por volta de 1900. Um caçador teria se alimentado de um chimpanzé infectado, permitindo que o vírus passasse do sangue do animal para o corpo do homem, provavelmente através de uma ferida aberta durante o abate.
A colonização da África, porém, foi fundamental para disseminar a doença. Matas nunca antes exploradas passaram a receber expedições com colonizadores e milhares de carregadores africanos, que realizavam serviço forçado. Isso ocorreu justamente no berço da epidemia de Aids, no momento em que houve a transmissão do vírus do chipanzé para o homem, quando a cepa chamada HIV-1 grupo M apareceu pela primeira vez. Esse vírus tem sido responsável por 99% das mortes de Aids em todo mundo. [...]
As circunstâncias históricas que levaram à disseminação da Aids só foram possíveis entre 1880 e 1920. Esse foi o período em que os rios eram importantes rotas comerciais e os preços globais da borracha eram atrativos. [...]. E, sem “A Partilha de África” por europeus, seria difícil ver como o HIV poderia ter conseguido sair de Camarões.
(A COLONIZAÇÃO..., 2014).
O continente africano esteve intimamente relacionado ao desenvolvimento da economia mundial, e em diversos momentos da história do Brasil, como se pode inferir
na Abertura dos Portos às Nações Amigas, que possibilitou um maior fluxo comercial entre a Europa, a África e o Brasil, contribuindo, a longo prazo, para o advento da Era Mauá.
na crise da economia cafeeira e na decadência dos reinos africanos, após a aprovação da Bill Aberdeen, que proibiu o tráfico negreiro no Atlântico sul.
na aprovação da Tarifa Alves Branco, como mecanismo de proteção à nascente indústria brasileira, resultante da concorrência de produtos manufaturados africanos cujo custo de produção era mais barato.
no estabelecimento do processo migratório europeu para o Brasil, após a aprovação da Lei Eusébio de Queiróz, como solução para a substituição da mão de obra africana escravizada.
na política externa independente, realizada pelos governos populistas brasileiros, que apoiaram militarmente a independência das colônias africanas, contra o domínio imperialista europeu.