UNESP 2016/1

A questão pede para identificar qual variável do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) está sendo ironizada na charge. Para resolver, vamos seguir os seguintes passos:

1. Análise da Imagem: A charge mostra duas pessoas em situação de pobreza aparente, empurrando um carrinho de mão com seus pertences. O cenário sugere dificuldade e escassez.
2. Análise do Texto: Um personagem lê uma notícia: "AQUI TÁ ESCRITO QUE SUBIMOS UM PONTO NO IDH MUNDIAL!". O outro responde, com ironia: "DEVE TER SIDO NAQUELE DIA QUE A GENTE ALMOÇOU!".
3. Interpretação da Ironia: A ironia está na fala do segundo personagem. Ele associa um evento raro e básico para eles (ter almoçado) a um indicador complexo de desenvolvimento (o aumento de um ponto no IDH). Isso sugere que a melhoria estatística no IDH não reflete a realidade de extrema pobreza vivida por eles, onde até uma refeição básica como o almoço é excepcional.
4. Conhecimento sobre o IDH: É preciso saber que o IDH é calculado com base em três dimensões principais: saúde (expectativa de vida ao nascer), educação (média de anos de estudo e anos esperados de escolaridade) e renda (Renda Nacional Bruta per capita).
5. Conexão da Ironia com o IDH: A fala sobre "o dia que a gente almoçou" remete diretamente à capacidade de suprir necessidades básicas, como a alimentação. Essa capacidade está intrinsecamente ligada ao poder de compra, ou seja, à renda. A ironia critica a dimensão da renda do IDH, mostrando o quão distante a medida agregada pode estar da realidade individual de miséria.
6. Avaliação das Alternativas:
   • A: Correta. A referência ao almoço (alimentação, uma necessidade básica) é uma forma irônica de apontar para a extrema falta de renda das personagens, que é um dos componentes do IDH.
   • B: Incorreta. Embora a pobreza afete a saúde e a expectativa de vida, a ironia específica da charge foca na refeição (almoço), ligada à renda, e não diretamente na condição física ou na longevidade.
   • C: Incorreta. A charge sugere que as personagens possuem poucos bens e de baixo valor, contradizendo a ideia de "objetos de alto valor agregado". A ironia está na falta de renda para o básico (comida), não na posse de bens.
   • D: Incorreta. A linguagem utilizada ("tá", "a gente") é coloquial, não a forma padrão. Além disso, a ironia central não se relaciona com o nível de escolaridade, mas sim com a capacidade de se alimentar.
   • E: Incorreta. Mobilidade não é um componente direto do IDH. O carrinho é um meio de transporte precário, mas a ironia da fala não se refere ao transporte, e sim à alimentação (renda).
7. Conclusão: A ironia da charge critica a dimensão da renda do IDH, ao contrastar a melhoria no índice com a dificuldade extrema das personagens em conseguir o básico para sobreviver, como uma refeição.