A brevidade da vida, um dos temas mais recorrentes da poesia barroca de Gregório de Matos Guerra (c. 1633-1696), está presente nos versos:
“A cada canto um grande conselheiro, / Que nos quer governar cabana, e vinha, / Não sabem governar sua cozinha, / E podem governar o mundo inteiro.”
“Nascestes bela, e fostes entendida / Uniu-se em vós saber, e formosura: / Não se pode lograr tanta ventura, / Em quem com tal estreia foi nascida.”
“Pois o caminho aberto nos deixaste, / Para alcançar de Deus também clemência / Na ordem singular de penitência / Destes Filhos Terceiros, que criaste.”
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, / Depois da Luz se segue a noite escura, / Em tristes sombras morre a formosura, / Em contínuas tristezas a alegria.”
“Pois não seria ação mais comedida, / Demais cortês, e justa urbanidade / Fingir, que por amor, ou por piedade / Recusáveis a minha despedida?”
Nesta questão, devemos identificar os versos em que Gregório de Matos evoca a brevidade da vida, um tema característico da poesia barroca, marcada pela ideia de que tudo é efêmero. Ao examinar as opções, percebemos que a alternativa D contém os versos que destacam a fugacidade do tempo e a transitoriedade das coisas terrenas. Assim, a resposta correta é a opção D.
Nesse trecho, a indicação de que “nasce o Sol, e não dura mais que um dia” e o contraste entre “noite escura” e “luz” evidenciam como tudo na vida se transforma rapidamente, reforçando a sensação de fugacidade.
No Barroco, o tema da brevidade da vida (carpe diem) é frequente e dialoga com a transitoriedade das coisas mundanas. Gregório de Matos destaca, em muitos de seus poemas, a passagem do tempo, a efemeridade da beleza e a mudança constante entre alegria e tristeza, luz e escuridão.