À BENGALA
Contigo me faço
pastor do rebanho
de meus próprio passos.
PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p.61.
Pela leitura do poema acima e de Prosas seguidas de odes mínimas, conclui-se que o poema pertence à
segunda parte do livro, pois trata de um objeto simples, assunto de quase todos os textos pertencentes a essa seção. Isto confirma a sua nomeação irônica ao tematizar objetos pequenos, em contraste com o conceito tradicional de ode.
parte inicial do livro, pois traz a lembrança da poesia de Alberto Caeiro e a figura do pastor e de seu cajado. Sendo assim, a obra desse heterônimo de Pessoa é fundamental para a compreensão da parte denominada Prosas.
parte denominada Odes mínimas, porque a bengala é a imagem exclusiva desta seção e pode ser interpretada como a desistência do eu-lírico de compor obras no presente, em que os grandes temas da poesia são os relacionados à urbanidade
parte denominada Prosas, posto que a bengala é a metáfora da característica individualista das memórias na poética de José Paulo Paes, confirmando, assim, a crítica à sociedade de consumo constante na primeira seção do livro.