UFRGS PORT 2013

[1] Se, em um tempo futuro, muito distante, só

tivessem sobrado de nós vestígios e alguns deles

fossem encontrados, e entre esses, fotografias,

pensemos que um fato seria possível: por meio

[5] delas, para os que as encontrariam, poderia se

operar uma revelação. As fotografias diriam

sobre quem fomos e como vivemos. Caso os

habitantes do futuro encontrassem, por acaso,

soterrado um arquivo de fotografias de guerra,

[10] quem sabe deduziriam a ........ condição daquela

humanidade perdida e suspirariam de alívio pela

nossa ........ . Se, ao contrário, o que

encontrassem fossem álbuns de uma prosaica

família, apreciariam crianças fotografadas, ao

[15] longo dos anos, sempre tão divertidas, cenas de

trivial alegria.

Por um lado, redução: há como superar a

finitude. Por outro, castigo: não se esquecerá

enquanto houver a fotografia. O que se lembra

[20] diante do retrato de um anônimo fotografado no

séc. XIX? Há sempre um encanto imanente

nessas imagens do passado; são como pontos

que não se cruzam, como caminhos indicados

por setas que parecem levar a lugar nenhum.

[25] Mas nos fazem desejar, pela expectativa do que

se pode ver do outro lado, cruzá-los.

Um postulado pode ser enunciado nos termos

de que, se está na imagem, existe; ou, tratando-

se de fotografia, se está na foto, existiu e pode

[30] ou não ainda existir. Na esteira dessa lógica,

então, seria aceitável considerar que esquecer é

humano e lembrar é fotográfico. Se remontarmos

às nossas experiências, considerando o álbum de

família, seguramente a maioria de nós dará como

[35] depoimento a surpresa do encontro com o

passado. A palavra encontro talvez seja um

superlativo do que realmente acontece, visto que

o máximo que a fotografia nos oferece é a

possibilidade de uma projeção do aproximar-se

[40] com o que foi. Há uma tendência em

acreditarmos na foto, desde, é claro, que a

informação nela contida não ........ nossas

certezas projetadas em imagens mentais sobre o

passado. Uma personagem de Virginia Wolf

[45] comenta: “Não possuímos as palavras. Elas estão

por trás dos olhos, não sobre os lábios”. E sem as

palavras, o que contariam as fotografias? Talvez

não possam contar, mas seguramente alguma

coisa do passado vem evocada nelas, como a

[50] dúvida, ou no mínimo a nostalgia daquele fato

fragmentado em imagem, na referência a outra

pessoa em uma festa perdida na lembrança.

Adaptado de: MICHELON, F. F. Introdução. In: MICHELON, F. F.; TAVARES, F. S. (orgs.). Fotografia e memória. Pelotas, RS: EdUFPel, 2008. p. 7-15.

Nas alternativas abaixo, são sugeridas reordenações de segmentos do texto. Desconsiderando mudanças de pontuação, assinale aquela em que se mantém o sentido da frase original.

a

Deslocamento de por acaso (l. 08) para imediatamente depois de soterrado (l. 09).

b

Antecipação de cruzá-los (l. 26) para imediatamente depois da forma verbal desejar (l. 25).

c

Deslocamento do advérbio realmente (l. 37) para imediatamente antes de um superlativo (l. 36-37).

d

Colocação de é claro (l. 41) entre (l. 40) e uma (l. 40).

e

Deslocamento de seguramente (l. 48) para imediatamente antes de fragmentado (l. 51).

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Resposta
B
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