UFRGS PORT 2014

[1] O que havia de tão revolucionário na

Revolução Francesa? Soberania popular,

liberdade civil, igualdade perante a lei – as

palavras hoje são ditas com tanta facilidade

[5] que somos incapazes de imaginar seu caráter

explosivo em 1789. Para os franceses do

Antigo Regime, os homens eram desiguais, e a

desigualdade era uma boa coisa, adequada à

ordem hierárquica que fora posta na natureza

[10] pela própria obra de Deus. A liberdade

significava privilégio – isto é, literalmente, “lei

privada”, uma prerrogativa especial para fazer

algo negado a outras pessoas. O rei, como

fonte de toda a lei, distribuía privilégios, pois

[15] havia sido ungido como o agente de Deus na

terra.

Durante todo o século XVIII, os filósofos

do Iluminismo questionaram esses

pressupostos, e os panfletistas profissionais

[20] conseguiram empanar a aura sagrada da coroa.

Contudo, a desmontagem do quadro mental

do Antigo Regime demandou violência

iconoclasta, destruidora do mundo,

revolucionária.

[25] Seria ótimo se pudéssemos associar a

Revolução exclusivamente à Declaração dos

Direitos do Homem e do Cidadão, mas ela

nasceu na violência e imprimiu seus princípios

em um mundo violento. Os conquistadores da

[30] Bastilha não se limitaram a destruir um

símbolo do despotismo real. Entre eles, 150

foram mortos ou feridos no assalto à prisão e,

quando os sobreviventes apanharam o

diretor, cortaram sua cabeça e desfilaram-na

[35] por Paris na ponta de uma lança.

Como podemos captar esses momentos de

loucura, quando tudo parecia possível e o

mundo se afigurava como uma tábula rasa,

apagada por uma onda de comoção popular e

[40] pronta para ser redesenhada? Parece incrível

que um povo inteiro fosse capaz de se

levantar e transformar as condições da vida

cotidiana. Duzentos anos de experiências com

admiráveis mundos novos tornaram-nos

[45] céticos quanto ao planejamento social.

Retrospectivamente, a Revolução pode

parecer um prelúdio ao totalitarismo.

Pode ser. Mas um excesso de visão

histórica retrospectiva pode distorcer o

[50] panorama de 1789. Os revolucionários

franceses não eram nossos contemporâneos.

E eram um conjunto de pessoas não

excepcionais em circunstâncias excepcionais.

Quando as coisas se desintegraram, eles

[55] reagiram a uma necessidade imperiosa de

dar-lhes sentido, ordenando a sociedade

segundo novos princípios. Esses princípios

ainda permanecem como uma denúncia da

tirania e da injustiça. Afinal, em que estava

[60] empenhada a Revolução Francesa? Liberdade,

igualdade, fraternidade.

Adaptado de: DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette. In: ____. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. p. 30-39.

Considere as seguintes ocorrências de artigo no texto.

 

I - O artigo definido na linha 15.

II - O artigo definido singular na linha 17.

III - O artigo definido na linha 46.

 

Quais poderiam ser omitidos, preservando a correção de seus contextos?

a

Apenas I.

b

Apenas II.

c

Apenas III.

d

Apenas I e II.

e

I, II e III.

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Resposta
B
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