[1] O mal banal caracteriza-se pela ausência do
pensamento. O praticante do mal se submete de tal forma a
uma lógica externa, que não enxerga a sua responsabilidade
[4]nos atos que pratica. Quem pensa resiste à prática do mal. Ao
relacionar o mal ao vazio reflexivo, a filósofa Hannah Arendt
aponta para uma possível compreensão da violência nas
[7] sociedades contemporâneas, nas quais o mal se realiza na
banalidade, na injustiça e nas radicais práticas de violência
contra apátridas, imigrantes, mulheres, desempregados,
[10] indígenas, negros, homossexuais, crianças, idosos e a natureza.
Odílio Alves Aguiar Violência e banalidade do mal In: Cult, n º 9, ano 21, edição especial, jan /2018, p 31 (com adaptações)
Considerando o trecho de texto precedente, julgue o item seguinte.
No que se refere ao trecho de texto apresentado e à história dos regimes autoritários no Brasil e no mundo, assinale a opção correta.
Ao longo da década de 70 do século XX, tanto países europeus, como Portugal e Espanha, quanto países sul-americanos, como Uruguai e Chile, retornaram à via democrática após anos de submissão a regimes militares ditatoriais.
Infere-se do texto que o “mal banal” (l.1) não é responsabilidade de quem o pratica, mas resultado de uma lógica externa; logo, o holocausto de judeus e a escravização de africanos podem ser considerados resultados não da ação de sujeitos históricos, mas dos sistemas vigentes à época em que tais eventos ocorreram.
O nazismo, surgido no período entreguerras, pode ser caracterizado pelos seguintes elementos: mobilização das massas pelo uso dos sistemas de educação e de propaganda; nacionalismo; anticomunismo; racismo; e crítica à arte moderna, considerada degenerada.
A história política brasileira possuiu momentos marcados pelo autoritarismo, como o Estado Novo de Getúlio Vargas (1937–1945) e a Ditadura Militar (1964–1985), a qual conheceu um período de breve retorno democrático com a edição do AI 5, em 1968.