UPE 2018

Observe as fotos identificadas pelos números e leia os textos a seguir:

1. CRUZ E SOUZA

2. CASTRO ALVES

3. OLAVO BILAC

4. GONÇALVES DIAS

TEXTO 3

Livre

Livre! Ser livre da matéria escrava,

arrancar os grilhões que nos flagelam

e livre penetrar nos Dons que selam

a alma e lhe emprestam toda a etérea lava.

Livre da humana, da terrestre bava

dos corações daninhos que regelam,

quando os nossos sentidos se rebelam

contra a Infâmia bifronte que deprava.

Livre! bem livre para andar mais puro,

mais junto à Natureza e mais seguro

do seu Amor, de todas as justiças.

Livre! para sentir a Natureza,

para gozar, na universal Grandeza,

Fecundas e arcangélicas preguiças.

TEXTO 4

Caminheiro que passas pela estrada,

Seguindo pelo rumo do sertão,

Quando vires a cruz abandonada,

Deixa-a em paz dormir na solidão.

Que vale o ramo do alecrim cheiroso

Que lhe atiras nos braços ao passar?

Vais espantar o bando buliçoso

Das borboletas, que lá vão pousar.

É de um escravo humilde sepultura,

Foi-lhe a vida o velar de insônia atroz.

Deixa-o dormir no leito de verdura,

Que o Senhor dentre as selvas lhe compôs.

Não precisa de ti. O gaturamo

Geme, por ele, à tarde, no sertão.

E a juriti, do taquaral no ramo,

Povoa, soluçando, a solidão.

Dentre os braços da cruz, a parasita,

Num abraço de flores, se prendeu.

Chora orvalhos a grama, que palpita;

Lhe acende o vaga-lume o facho seu.

Quando, à noite, o silêncio habita as matas,

A sepultura fala a sós com Deus.

Prende-se a voz na boca das cascatas,

E as asas de ouro aos astros lá nos céus.

Caminheiro! do escravo desgraçado

O sono agora mesmo começou!

Não lhe toques no leito de noivado,

Há pouco a liberdade o desposou.

TEXTO 5

José do Patrocínio

Quando, ao braço o broquel, combatias, sozinho,

Calmo, o gládio imortal vibrando às mãos, certeiro,

De que bênçãos de mãe era feito o carinho

Que ungia a tua voz, glorioso Justiceiro?

Treva, em cuja espessura os sóis fizeram ninho!

Foi de dentro de ti que, para o cativeiro,

Saiu, como um doirado e alegre passarinho,

Num gorjeio de luz, o consolo primeiro

Hoje, do mar da inveja, em vão, para o teu rosto

Sobe o lodo... Sorris: e injúrias e ironias

Vão de novo cair ao podre sorvedouro...

E, eterno, à eterna luz dos séculos exposto

Ficas, - tu, que, o nascer já na pele trazias

A imorredoura cor do bronze imorredouro!

TEXTO 6

A Escrava

Oh! doce país de Congo

Doces terras d‟além-mar!

Oh! dias de sol formoso!

Oh! noites d‟almo luar!

Desertos de branca areia

De vasta, imensa extensão,

Onde livre corre a mente,

Livre bate o coração!

Onde a leda caravana

Rasga o caminho passando,

Onde bem longe se escuta

As vozes que vão cantando!

Onde longe inda se avista

O turbante muçulmano,

O Iatagã recurvado,

Preso à cinta do Africano!

Onde o sol na areia ardente

Se espelha, como no mar;

Oh! doces terras de Congo,

Doces terras d‟além-mar!

Quando a noite sobre a terra

Desenrolava o seu véu,

Quando sequer uma estrela

Não se pintava no céu;

Quando só se ouvia o sopro

De mansa brisa fagueira,

Eu o aguardava – sentada

Debaixo da bananeira.

Um rochedo ao pé se erguia,

Dele à base uma corrente

Despenhada sobre pedras,

Murmurava docemente.

E ele às vezes me dizia:

– Minha Alsgá, não tenhas medo;

Vem comigo, vem sentar-te

Sobre o cimo do rochedo.

E eu respondia animosa:

– Irei contigo. onde fores!

– E tremendo e palpitando

Me cingia aos meus amores.

Ele depois me tornava

Sobre o rochedo – sorrindo

– As águas desta corrente

Não vês como vão fugindo?

Tão depressa corre a vida,

Minha Alsgá; depois morrer

Só nos resta!… – Pois a vida

Seja instantes de prazer.

Os olhos em torno volves

Espantados – Ah! Também

Arfa o teu peito ansiado!…

Acaso temes alguém?

Não receies de ser vista

Tudo agora jaz dormente;

Minha voz mesmo se perde

No fragor desta corrente.

Minha Alsgá, porque estremeces?

Porque me foges assim?

Não te partas, não me fujas,

Que a vida me foge a mim!

Outro beijo acaso temes,

Expressão de amor ardente?

Quem o ouviu? – o som perdeu-se

No fragor desta corrente.

Assim praticando amigos

A aurora nos vinha achar!

Oh! doces terras de Congo,

Doces terras d‟além-mar!

Do ríspido senhor a voz irada

Rábida soa,

Sem o pranto enxugar a triste escrava

Pávida voa

Mas era em mora por cismar na terra,

Onde nascera,

Onde vivera tão ditosa,

e onde Morrer devera!

Sofreu tormentos, porque tinha um peito,

Qu‟inda sentia;

Mísera escrava! no sofrer cruento.

Congo! dizia.

Sobre eles, analise as proposições abaixo e coloque V nas verdadeiras e F nas falsas.

( ) O autor do poema Livre, texto 3, corresponde àquele em que a fotografia também traz o número 1. No poema, é desenvolvido o tema da escravidão, muito presente no estilo condoreiro, próprio da terceira fase da poesia romântica brasileira.

( ) O texto 4 é de autoria do poeta que escreveu o texto 3, pois ambos são poemas em que a exacerbação do sentimento, a valorização da liberdade, a religiosidade, a exaltação da natureza, o tom subjetivo e intimista os tornam românticos.

( ) O poema intitulado José do Patrocínio tanto quanto o 6, A escrava, são do autor da foto 3. Os textos tratam da liberdade, embora sejam elaborados em forma fixa e apresentem uma temática determinada pela preocupação formal, enquadrando-os no Parnasianismo.

( ) Os poemas 3 e 5 são os únicos que não pertencem ao Romantismo, pois apresentam características, respectivamente, do Simbolismo e do Parnasianismo, portanto são de autoria dos poetas das fotos 1 e 3.

( ) A ordem em que estão distribuídas as fotos dos poetas 1, 2, 3 e 4 corresponde à ordem em que estão os textos. Assim classificam-se em: 3, simbolista; 4, romântico da terceira geração; 5, parnasiano; e 6, romântico da segunda geração.

Assinale a alternativa em que a sequência está CORRETA.

Um rochedo ao pé se erguia,
A)

F – F – F – F – V

B)

F – F – F – V – F 

C)

V – V – V – V – F 

D)

V – V – V – V – V 

E)

F – F – F – F – F

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Resposta B
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