TEXTO
A Banda
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
[5] A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
[...]
O homem sério que contava dinheiro parou
[10] O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
[15] E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
[...]
O velho fraco se esqueceu do cansaço e
pensou
[20] Que ainda era moço pra sair no terraço e
dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e
[25] insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
[30] Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
[35] E em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
[...]
HOLLANDA, Francisco Buarque de; RUSSEL, Bob. A banda. Rio de Janeiro: RGE. 1966. Disponível em: https://www.vagalume.com.br/chico-buarque/a-banda.html. Acessado em 27 de abril de 2019.
Sobre o texto, uma canção de Chico Buarque de Hollanda e Bob Russel, é INCORRETO afirmar que
relata flagrantes do cotidiano, ao apresentar magia e delicadeza através da letra de uma canção que envolve todos em um instante fugaz de alegria.
se trata de um texto predominantemente narrativo, pois nele se identificam algumas categorias da narrativa, tais como foco narrativo, personagens, tempo, espaço e ação.
os personagens demonstram imobilismo, uma vez que não são observáveis as mudanças de atitudes com a passagem da banda.
o personagem principal caracteriza-se como personagem-narrador, pois se apresenta, no texto, como aquele que fornece as informações e vivencia ações na narrativa.